sábado, 27 de setembro de 2025

 

OS POLITICOS FANQUEIROS

 

 

            A fancaria politica é de todas as manifestações politicas, a que consegue ter entre nós, um expansionismo que brada. Tratando-se de uma forma de se acomodarem, por enviesamento intelectual, alguns dos nossos políticos, fanqueiros, verborreiam um argumentário que pretensamente  insinua uma penetração nos espíritos menos avisados, sempre em oposição a outros argumentistas, dando ares de novidade ao seu “produto” que por regra é caracterizado, tresandando, a pataratice, mas que ao trazer umas vestes retumbantes, dá-lhe um ar de novidade necessária, porque bem “vendida”, e que por isso, assenta bem nos ombros dos que a jeito se colocam, porque gostam de vestir semelhante “roupagem”, ou não querem consciente ou inconsciente, ter outra, emparelhando com os camelídeos que só vivem de um tipo de alimento. Sem querer ofender os ditos.

            Esta fancaria politica, um produto que não tendo acabamento, nem nenhum trabalho cuidado, durante e na sua finalização, é uma forma grosseira de se apresentar ao público alvo, com pretensões de “desposório” aos incautos. É pura fancaria. Entretanto, vai o politico fanqueiro, criando distorções nas percepções sociais e politicas, porque lhe vão dando notoriedade, ficando com isso, o “cliente agarrado” ao seu esclarecer, dizendo que existem ilusões que são criações do sistema e implantadas nos espíritos de todos os demais, e que agora vão ter de desaparecer porque o sistema conforme está, não pode existir mais. É aqui que a “teoria” Alves dos Reis está certa: “O embarcamento dos tolos é o finalizar de uma boa campanha sobre o (des)necessário.”

Ninguém se nega a um “pavilhão de fonógrafo”, que constantemente debita frases como: “Contra a corrupção; Acabar com o sistema (o democrático?); Acabar com subsídio-dependentes; Contra a imigração sem controlo; Contra o socialismo e social democracia (sinónimos em politica. Politicas que não vivem, uma sem a outra, no que concerne a fazer crescer o país economicamente). Esta moralidade, a do político fanqueiro, leva a que muitos clientes respondam por impulso, engajando-se no formulário, sobretudo se este enverga um fato azul, camisa branca e gravata italiana em tons azuis. Este talento do politico fanqueiro, a que não falta um só parafuso na sua máquina de debitar promessas, e onde existem sorrisos que são atirados para a direita e para a esquerda, tem de ser desmistificado. Os espíritos sérios, onde reina a democracia, têm o dever de parar estas verborreias porque, o debilitado estado intelectual onde foram parar os demais cidadãos, por défices estruturais nas academias que deixaram de proporcionar aos estudantes, o discernimento sobre os embustes, retirando cadeiras sócio políticas ou até nunca as permitirem nos vários currículos de leccionação, em muitos casos, é uma verdade que se vislumbra na crescente clientela da horda de políticos fanqueiros. As frases talvez involuntariamente “cínicas” sobre: “O povo sabe…”, não colhe verdade.

Como é feito o escrutínio das políticas de fancaria? Dirão então os grandes Intelectuais do momento:

            - “O povo sabe bem o que quer…”

            - “O povo sabe bem o que quer e o que escolhe…”

            - “O povo decide nas urnas o que quer para o país, sem atender a promessas…”

            Será assim? Não, não é assim. Sabemos que não. Quem não pensar pela própria mente, vai ser vítima das “modas dos políticos fanqueiros”. E todos têm capacidade para pensar por si só? Foi-lhes dada essa capacidade? Culpa do sistema de educação/formação! Devemos ter presente, como povo consciente, que ninguém na politica vai esculpir um mundo bonito para todos, como queríamos. O que se faz, ou deve fazer, é encaminhar o país num determinado sentido, escrutinar as politicas aplicadas para serem constantemente reequacionadas e assim levar os desígnios formulados, a bom porto.  Temos que ter sempre presente: estas politicas não vão formatar o país de acordo com o sonho de alguns, não. O país formata-se constantemente de acordo com o interesse maioritário do povo. Aqui, as competências de cada um dos candidatos a político, analisadas por todos nós, são obrigatoriamente o ponto de partida, para que as politicas comuns sejam conseguidas. Sem a nossa análise, sobre cada “currículo” dos políticos que se apresentam ao nosso sufrágio, o campo ideal para os políticos fanqueiros, está-lhes pronto para o percorrerem singrando.

 

VM


Também publicado no jornal online "DUAS LINHAS"


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