OS POLITICOS FANQUEIROS
A fancaria politica é de todas as manifestações
politicas, a que consegue ter entre nós, um expansionismo que brada.
Tratando-se de uma forma de se acomodarem, por enviesamento intelectual, alguns
dos nossos políticos, fanqueiros, verborreiam um argumentário que pretensamente insinua uma penetração nos espíritos menos avisados,
sempre em oposição a outros argumentistas, dando ares de novidade ao seu
“produto” que por regra é caracterizado, tresandando, a pataratice, mas que ao
trazer umas vestes retumbantes, dá-lhe um ar de novidade necessária, porque bem
“vendida”, e que por isso, assenta bem nos ombros dos que a jeito se colocam,
porque gostam de vestir semelhante “roupagem”, ou não querem consciente ou
inconsciente, ter outra, emparelhando com os camelídeos que só vivem de um tipo
de alimento. Sem querer ofender os ditos.
Esta fancaria politica, um produto que não tendo
acabamento, nem nenhum trabalho cuidado, durante e na sua finalização, é uma
forma grosseira de se apresentar ao público alvo, com pretensões de
“desposório” aos incautos. É pura fancaria. Entretanto, vai o politico
fanqueiro, criando distorções nas percepções sociais e politicas, porque lhe
vão dando notoriedade, ficando com isso, o “cliente agarrado” ao seu
esclarecer, dizendo que existem ilusões que são criações do sistema e implantadas
nos espíritos de todos os demais, e que agora vão ter de desaparecer porque o
sistema conforme está, não pode existir mais. É aqui que a “teoria” Alves dos
Reis está certa: “O embarcamento dos tolos é o finalizar de uma boa campanha
sobre o (des)necessário.”
Ninguém
se nega a um “pavilhão de fonógrafo”, que constantemente debita frases como:
“Contra a corrupção; Acabar com o sistema (o democrático?); Acabar com
subsídio-dependentes; Contra a imigração sem controlo; Contra o socialismo e
social democracia (sinónimos em politica. Politicas que não vivem, uma sem a
outra, no que concerne a fazer crescer o país economicamente). Esta moralidade,
a do político fanqueiro, leva a que muitos clientes respondam por impulso,
engajando-se no formulário, sobretudo se este enverga um fato azul, camisa
branca e gravata italiana em tons azuis. Este talento do politico fanqueiro, a
que não falta um só parafuso na sua máquina de debitar promessas, e onde
existem sorrisos que são atirados para a direita e para a esquerda, tem de ser
desmistificado. Os espíritos sérios, onde reina a democracia, têm o dever de
parar estas verborreias porque, o debilitado estado intelectual onde foram
parar os demais cidadãos, por défices estruturais nas academias que deixaram de
proporcionar aos estudantes, o discernimento sobre os embustes, retirando cadeiras
sócio políticas ou até nunca as permitirem nos vários currículos de leccionação,
em muitos casos, é uma verdade que se vislumbra na crescente clientela da horda
de políticos fanqueiros. As frases talvez involuntariamente “cínicas” sobre: “O
povo sabe…”, não colhe verdade.
Como
é feito o escrutínio das políticas de fancaria? Dirão então os grandes
Intelectuais do momento:
- “O povo sabe bem o que quer…”
- “O povo sabe bem o que quer e o que escolhe…”
- “O povo decide nas urnas o que quer para o país, sem
atender a promessas…”
Será assim? Não, não é assim. Sabemos que não. Quem não
pensar pela própria mente, vai ser vítima das “modas dos políticos fanqueiros”.
E todos têm capacidade para pensar por si só? Foi-lhes dada essa capacidade? Culpa
do sistema de educação/formação! Devemos ter presente, como povo consciente,
que ninguém na politica vai esculpir um mundo bonito para todos, como queríamos.
O que se faz, ou deve fazer, é encaminhar o país num determinado sentido,
escrutinar as politicas aplicadas para serem constantemente reequacionadas e
assim levar os desígnios formulados, a bom porto. Temos que ter sempre presente: estas
politicas não vão formatar o país de acordo com o sonho de alguns, não. O país
formata-se constantemente de acordo com o interesse maioritário do povo. Aqui,
as competências de cada um dos candidatos a político, analisadas por todos nós,
são obrigatoriamente o ponto de partida, para que as politicas comuns sejam
conseguidas. Sem a nossa análise, sobre cada “currículo” dos políticos que se
apresentam ao nosso sufrágio, o campo ideal para os políticos fanqueiros, está-lhes
pronto para o percorrerem singrando.
VM
Também publicado no jornal online "DUAS LINHAS"
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