domingo, 17 de abril de 2022

 CARTAS AO Cid Adão


UCRÂNIA



Meu caro, Cid Adão… razão nos assiste por vezes, em analisar um ou outro acontecimento neste nosso pequeno rincão, em ato puro e simples, de circunstância…

Quantas vezes o meu amigo tem notado e até concordado, com algumas nuances sejamos justos, naquilo que lhe vou “contando ou afirmando. Mas não temos a ousadia de dizer o que efetivamente pensamos sobre o dinheiro que vem da União Europeia para nos “endireitarmos”.

Verdade pura o que irei dizer-lhe. Enquanto andámos pelas planícies da vida com “guias” a mostrarem-nos que o céu era azul, que as árvores seriam sempre verdes nas suas vidas, que as flores estavam todo o ano abertas e que a casa, a mesa, o carro… era tudo que sempre mereciamos… estivemos com os “deuses do endividamento pessoal”.

Mas quem colocámos nas orientações dos nossos destinos, não eram os melhores como sempre entendemos que fossem! Foram fruto dos nossos egoísmos, do nosso despotismo, da nossa ignorância sobre uma rede que sempre se montou à nossa volta. Saíram do nosso cada vez mais “aligeirado” ensino. Foram também fruto da nossa incompetência para dirigir, sequer, mais que uma casa! Nós insistimos em colocar gente que não avaliamos na nossa orientação, nesta nossa casa. “Sempre se governaram”, porque sempre lhes demos a honra de ficarem com a “chave da nossa dispensa”! Vamos conseguir investir nas verdadeiras estruturas que irão dar capacidade ao país para não continuar a ser pobre e de dar a todos nós o que nem sequer devemos ter por esmola o que nos cabe por justiça?

Estes pequenos grupos de predadores, “algo estúpidos”, deixaram que outros predadores, claro, mais poderosos, tomassem conta do nosso “pequeno” mundo. São predadores com muitas e muitas garras, muitos e muitos bicos para saciarem permanentemente a sua “sede e fome” à custa do pouco que nos vão deixando levar para a boca e, nesse trajeto, riem-se e tiram o que nos resta. São tão predadores inconsequentes, de tal forma, que até pensam poderem conquistar terras (território) na Ucrânia! Futuramente noutros locais. Não tenhamos dúvidas. Até agora não pensávamos serem possíveis as anexações territoriais que o senhor Putin fez!

O louco Putin está a levar calmamente a Europa para a desgraça total, porquê? Por pura ganância, medo, mas segurança na sua atitude porque dependemos demais do “património natural” que ele detém e nos faz falta.

Vai a Europa cair na totalidade, arrastada por este tipo de cidadãos dirigentes que possuem igualmente, dívidas colossais nos seus países, vai cair, dizíamos, na maior miséria de que existe memória? Mais tarde ou mais cedo, por causa de um acto (principio de outros) completamente irrefletido?

Este tipo de atitude sem precedentes de há muitos anos, conduzirá a uma fome generalizada, à destruição de uma civilização construída por seres inteligentes, que até agora tinham dado, palmo a palmo, dignidade aos seres humanos que habitam a Ucrânia e que fazem parte desta Europa. É certo que nem sempre foram”integrantes” dela, mas a história vai encarregar-se de os colocar onde devem estar se a Europa conseguir repelir estes atos de forma definitiva e se for preciso em força.

Esta “loucura anexadora” perpertada por um “ louco fascista”, vai levar a uma terra absolutamente queimada perante os nossos olhares sem podermos fazer nada! Dizemos nós!

Os políticos humanistas competentes têm que vir a terreiro, todas as esquerdas e as direitas democráticas têm que reunir para susterem este estado de coisas, sem destruir mais património, simplesmente com o espírito construtivo de por um ponto de ordem a este estado de coisas nesta Europa que está a cair vertiginosamente e nos leva para uma miséria moral, sem precedentes!



Viriato Mondeguino

quarta-feira, 6 de abril de 2022

 

CARTAS AO CID   ADÃO



A liberdade é um bem inestimável no ser humano, tal como o ar que respira, a água que bebe... Nenhum sistema social ou político pode coartar o que a natureza humana reclama e lhe é devida por seu direito e por tal razão definida pelas nossas sociedades em geral.

A liberdade na comunidade europeia, escrevo-a com letra minúscula... agora, é de uma subjetividade atroz. Veja o meu amigo a quantidade de desempregados... é-lhes dada uma esmola, humilhante, para que sobreviva fisicamente. Não a deviam aceitar eternamente. Deveriam lutar para que não precisem mais dela e não se humilhem mais. Não quero que a partir desta minha simples observação, entenda que esteja contra esta comunidade que é, ao fim e ao cabo, o nosso “amparo”... físico, diga-se de passagem. Não exatamente. O que me parece humilhante é termos recebido dinheiro (vendido a liberdade) para não conseguirmos produzir o que se produzia, evoluir socialmente, tecnicamente, tecnológicamente, cientificamente. O que se produzia não seria muito para as necessidades nossas, mas produzia-se. A qualidade evoluiria se tivéssemos continuado a produzir, mas… adiante.

No sector agrícola, sempre as nossas sementeiras baseadas no desenvolvimento das nossas sementes, desfrutaram de um clima único, não igualável. Batata, trigo, cevada, centeio, milho, legumes, o leite, vinho, queijo, azeite, frutas de época, tudo era e é diferente no paladar e estrutura, em comparação com o resto da Europa. É único o nosso pescado, dada a temperatura do nosso mar e diversidade das espécies. Tudo isto nós trocamos, vendemos a liberdade. Vendemos, afinal, pelo prazer de ouvirmos que só a muito longo prazo pagaríamos esse empréstimo. Veja-se o nível em que temos a dívida externa.

Meu caro Cid Adão, não é possível mais ter-se terra cultivável e não a cultivar! Não é possível aceitar mais cotas, porque ainda subsistem algumas, para produtos que nós produzimos e necessitamos, mas que acabamos por importar, Dizia, produzimos produtos com muita qualidade, sem a quantidade necessária é certo, mas precisamente é aqui que existe uma mais valia, a diferença entre o importado e o que é produzido por nós.

Não deviamos ser tão pedintes, possuindo! Não devemos ser a “cópia” de alguma coisa que nos querem impor por “organização” de uma comunidade! Para isso existem carimbos.

Já tive a oportunidade de lhe dizer, meu caro Cid Adão, que só seremos uma cultura a partir da altura em que não aceitemos esmolas dos que “podem” e que com essa dádiva, nos vão ditar o que “querem”.

Agora, até lá, temos que mudar a nossa forma de ser. Ser não é Ter e os que nos quiseram dar para termos, nunca pretenderam que sejamos.

Analise o caso da China. Esses dirigentes querem Ter, e o Ser da sua sociedade? Está a soçobrar. Por mais que queiram fazer parecer que não, não é verdade. Em cada cidadão que deixa de Ser, porque é explorado na sua dignidade, mediante a força do Ter, sobre si, a sociedade, o seu Ser vai desaparecendo irremediavelmente... mas também porque os humanos se agarram ao Ter para satisfação, primeiro física, depois, aqui é subtil, porque orientados para isso, são manipulados para se “mostrarem” na nova sociedade tecnológica... Também estão a conseguir, com a força do Ter, acabar com o Ser de muitos povos, e este povo quer anexar território de outro povo. Mas, mais tarde com o acumular do Ter em alguns cidadãos, em detrimento do Ser e o não Ter de muitos e muitos outros, esta situação vai acumular, acumular, até que rebenta. O povo aguenta até que o seu Ser seja tão mínimo quanto o Ter. No limite a revolta estala.

O caso da Rússia com o querer anexar a Crimeia. Trata-se de um governante querer TER a todo o custo reduzindo o SER de um povo a escombros. N~unca conseguirá mesmo que possa anexar o território. O SER da Ucrânia estará sempre numa sombra, num “bumker”, num canto e a revolta irá estalar sempre. O que mais custa é ver um planeta a assistir a tamanhas atrocidades com medo que aconteça uma guerra nuclear. Mentira! Existe capacidade para, apesar dos detectores de misseis levar, atrás uns dos outros frotas de misseis para rebentar com o poderio de guerra. Vão morrer inocentes? Pois vão… na Ucrânia também...

Vários governantes cedem, sorriem e acatam as decisões dos que TÊM, anulando lentamente as suas próprias sociedades, no seu Ser. Passam pelos locais onde são poder por um periodo, resolvem as suas vidas, reformas posteriores obscenas, em relação ao que aufere o povo e conseguido isso, dizem para o povo: “ Adeus, até ao meu regresso, ou até nunca mais”.

As minhas análises são breves, porém são carregadas de angústia ao ponto de pensar que estes “espremedores sociais” são muito capazes, até pela sua incompetência, de nos atirar para uma situação onde se irá perder, para vivermos o final de vida como planeámos e em regra assumida, tudo o que fomos construindo de material para conforto nosso, ameaçando-nos e concretizando, no desenrolar da ação, também a destruição das nossas amizades, construidas durante a vida, porque teremos que ir, cada um para seu lado, viver em locais, se isso ainda for possível, de onde os nossos trisavós saíram para melhorar a sua vida. Voltaremos ou cairemos nos locais onde se mete o “gado”, um redil, no caso dos humanos, um lar. Claro que é uma opinião drástica, mas meu caro Cid Adão, o que pensar do resultado de tanta incompetência? È evidente que vamos agora observar mais um período novo com uma possibilidade de revertermos a vida deste adiado País, única.

Porque penso assim, meu caro Cid Adão? Porque me consideram um “pilar pagante privilegiado” nesta sociedade e vejo que o “tabuleiro desta ponte” para a saída da crise, está a ficar todo em “cima de mim”. Ah, vendi um pequeno apartamento que comprei com muito esforço, para fazer face à vida neste momento. E o estado vai continuar a “assaltar-me”. Sim, isso das mais valias.

Um abraço meu caro Cid Adão.



Viriato Mondeguino

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