terça-feira, 21 de janeiro de 2025

 

Ser povo... Português



    Já nos referimos anteriormente ao que é ser povo. Ao ouvir tantos candidatos a “imediatos” do nosso navio, faço uma pequena reflexão. Não é bem o caso de se ser analisado como cidadão deste rincão em profundidade, diremos que, embora não parecendo, que se é natural por nascimento e convicção. Simples… Mas numa análise directa sobre essa filiação e convicção, teríamos o caos definitivo e ficávamos em pânico. O que nos está a aproximar então, desse caos absoluto? São as taxas que se pagam para nos manter e continuarmos a ser povo. Portugueses...

    O nosso Camões escreveria em verso, que os marinheiros não conseguiam marear, pensar, enquanto o corpo que dava para a marinhagem, não estivesse farto, ou minimamente satisfeito, só depois disso viria o tempo de escutar a razão e então criar um rumo.

    Neste momento da vida da nação, toda esta marinhagem, necessita de uma viragem ascendente e não a curva descendente que se apresenta a toda a maruja. Tantos e tantos motins aconteceram e vão acontecer, por falta de “mantimentos vários”, que satisfaçam os marinheiros neste viajar, agora e ainda, sem rumo certo e como sempre o fizemos, ao sabor da ondulação mas, afirmo, orgulhosos de um pavilhão que sempre nos levou ao nada e continua nesse propósito. “Abençoados imediatos” que nos guiam serena e ambliopamente em direcção ao vazio.

    Não é ser partidário do “velho do Restelo”, não é ser-se profeta da desgraça, é constatar a realidade.

    Se quisermos, (ainda este nosso querer…) podemos virar esta situação. Podemos concretizar um país definitivamente, mas, deixemo-nos de “teorias”, temos que partir de e para o concreto. Temos que arrancar para a nova etapa que devemos pretender, a partir do inventário real, constituinte de um povo. Não podemos continuar a ter nas páginas desse inventário o possuir-se “força para vencer os inimigos”, quando não existem, não pode constar que temos que ir contra moinhos de vento, porque não existem, não podemos referir que temos outras terras para cuidar, quando nada mais temos por aí. Não pode constar no inventário que somos o que não somos e se alguma vez o fomos, bom, é melhor que nem isso conste para não darmos trabalho aos psiquiatras.

    O que consta na base do nosso inventário é um país que continua separado. Separado fisicamente de parcelas que são suas e separado das realidades das parcelas que nos estão sempre afastadas. O que consta no inventário de base é que somos um povo de poetas, fadistas e futebolistas, e todos dos bons. Enfim, somos povo para aí virados. Não somos povo para domar o trator, a pedreira, a traineira, o gado, os inventos, o que for possível criar de útil porque logo a seguir vendemos tudo porque depois é uma chatice ter que trabalhar mais, mais e mais. Consta nesse inventário que entregamos o que quer que seja do que temos de bom por uma boa noite de doce encantamento, um bom carro, uma boa vivenda e que nos faça lembrar durante anos o sucedido, depois, de nada mais se ter e ser... estamos uns “sem abrigo”...

    Consta nesse tal inventário que trabalhamos, mas se lermos bem nas entrelinhas constará que, se formos bem dirigidos para isso, trabalhamos. Quando constará que sabemos dirigir, porque sabemos trabalhar e sobretudo, em exclusivo, no que é nosso?

    Teremos que partir de uma série de “coisas nossas” que não podemos perder, têm mesmo que fazer parte do inventário, mas temos que atirar definitivamente fora o que fomos, do que nos orgulhamos, mas que não nos dá mais nada e serve só para ficarmos com ar de idiotas. Pode colocar-se isso num livro de memórias, nunca num inventário!

    Urge fazer o inventário e começar a trabalhar, mesmo, mas todos para o mesmo lado para cumprirmos Portugal.

    Se o não fizermos, através de alguém que marque o rumo, teremos que ser nós a determinar quem queremos para nos ajudar a levar o país à situação de o ser. Independente, útil, capaz de perpetuar desígnios, enfim, referências do ADN que pretendemos desde sempre, quem pensa Portugal, transmitir à geração que nos irá permitir a alegria de os ver crescer e realizar-se.

    Que quando as coisas se vão compondo lentamente, não nos precipitemos a dizer mal e a remar ao contrário dos que querem fazer algo por todos… não queiramos, permanentemente, criar sobre o bem a acontecer, “terra queimada”… como é nossa aptidão.

    Acabemos com os “atiradores-emboscados” e rumemos ao Portugal que queremos. Meu caro amigo, pense, mas pense, neste momento da nossa vida! Faça o seu inventário em prol de todos nós! Ajude! Seja um português responsável de uma vez por todas!



Victor Martins



Sem comentários:

Enviar um comentário

  CASTIGO NO PS?     Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por ...