terça-feira, 12 de novembro de 2024

 

Ser ou não Ser


O que somos, afinal? Falando da minha ideia sobre o que somos como povo, o meu conceito, tenho que passar pelo conceito do que é a liberdade. Esta, passa pela liberdade que o governo tem sobre o povo, não do governo do povo, isso, seria o ideal da sociedade e do futuro, o nosso é claro.

O ser povo não é um conceito muito concreto, também não é uma teoria que se socorra de várias épocas para criar um estereotipo, não. O sentir, o ser de um povo, efectivamente, foi sempre circunscrito às suas vivências nas várias épocas, logo não pode um padrão ser definido. O ser de um povo, é sempre construido pelos vários elementos seus constituintes, seja, na sua maneira de interpretar, de falar, de estar, construir, criar, com todas as orientações políticas e sociais ao tempo, regras sociais, impostas, ou de herança, que se tenham. Mas, tal como um instrumento que se distingue de outro, não pelas notas que toca, mas pelo timbre, existe defacto uma “coluna central” que dita, quanto a mim, a característica de um povo ao longo da sua existência. A minha simples ideia:

Somos um povo de ideias contraditórias, porque cada um tem sempre uma forma diferente de abordar um assunto, mesmo que o seu conhecimento seja somente superficial muito embora os “opinion maker’s” comecem a “plantar“ as suas formas de ver... Temos a cisma que somos capazes de desempenhar magníficos papeis no mundo, mas isso só será possível se o país nos for, alguma vez, restituído integralmente. Mantivemos uma ideia de missão, até à cinquenta anos atrás, deu no que deu. É que nunca o país nos foi integralmente entregue. Somos um povo que não foi “criado” para executar tarefas mas, em boa verdade, se formos bem dirigidos, fazemos tudo. A nossa forma de ser, está mais virada para fruir o abstrato e no querer imediatamente transformá-lo em algo concreto. Não sei se perdendo tempo nisso, ou ganhando tempo para fruir os sonhos.

O nosso ser passa por uma liberdade que, neste momento, está a ser podada aos poucos tal qual um “bonsai”. A humilhação em que caímos, enquanto povo, já começou nos desempregados e empregados que não conseguem honrar os seus compromissos. Esta perda de liberdade, rápida ao som do metrónomo do “capital”, limita-nos e, alastra lentamente para outros e outros e outros. Mais valia uma catástrofe planetária que a que está a ser provocada pelos usurpadores da vida das nações. Com o consentimento dos governos!!! Sinta-se a Europa e o Oriente Médio. Mesmo assim, temos a possibilidade de reverter isto! As tecnologias dão-nos tempo para pensar e mudar esta forma de nos explorarem. Assim os governantes sejam povo qualificado para isso.

Necessitamos devolver aos cursos das economias, finanças, gestão... as cadeiras humanistas, a filosofia, a historia, a psicologia, a sociologia.

Entretanto, dada a nossa incompatibilidade de interesses, é natural que as necessidades imediatas das minorias governativas, colidam, nas suas determinações, com as oposições dos parlamentares de outras cores. O “capital” agradece esta posição. Só vai mexendo nas “suas hostes”, para que se avolume ou prolongue a oposição, claro, quando lhe interessa.

O nosso futuro imediato? Não precisamos de o querer moldar, até porque já sabemos o que vai acontecer, porquanto já é presente. Com provas dadas, nenhum governo conseguiu, até agora, entender o passado do nosso povo e com essas maestrias (fora e dentro do processo de governar), não vão nunca conseguir dar-nos um futuro que interesse.

O futuro está cada vez mais e mais longínquo mas, esse só pode começar a ser traçado quando um governo deliberar processos que projetam o presente. Tem que se governar olhando sempre para cima. Nenhum governo pode traçar um futuro a um povo, sem ser negativo, se delibera constantemente de “cabeça baixa!”


Victor Martins


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