SOLIDÃO, OU A CORAGEM
DE ESTAR SÓ.
Um triunfo que se
consegue sobre nós é a coragem de sermos sós. As correntes opinativas que rodam
em volta desta atitude, não conseguem demover esta forma de estar, quando
pessoal e de livre vontade. O nosso tempo de vida, considerando então que somos
entardecidos, deu-nos já o suporte, o conhecimento necessário para o tempo, que
nos resta de vida. Nada nem ninguém é de geração espontânea. Alcandorados no
nosso saber, conseguimos assim uma cultura que por poucos é entendida, pois, é
sempre muito pessoal e pouco divulgada...
Ser solitário não é sinónimo de se estar doente psiquicamente.
Ser só, é vencer males dolorosos que nos provocaram, ter vencido a noite, e
permanecer sempre a acompanhar, paralelamente, os dias, apreciando-os,
comentando-os, nunca permitir que eles passem sobre a nossa forma de estar.
Apesar de termos uma opinião sobre o sermos úteis para a sociedade, ao estarmos
por opção sós, também nem sempre o que entendemos que é útil, é verdadeiramente
útil para todos, e o melhor, também não gerou o melhor para todos. Descobre-se
que em alguma circunstância das nossas vidas, o que lhe foi benéfica, mais
tarde, afinal, não o foi. Também o contrário foi verdade.
Examinem o que de vida
passaram, notarão que nalguns destes passos, aconteceu uma igualdade ao que
digo. Ora, o resto de vida em solidão, saudável, (muitos não entendem isso e
outros até a “tratam” …) não vai perdurar todo o tempo que resta ao mundo, nem
nós o queríamos, até porque iriamos dar conta que desapareceriam, o conceito de
útil e inútil, o prejudicial e o favorável. Para a circunstância social,
queremos manter-nos úteis, sem pretender ser um elemento que desgaste recursos
que outros acumulam, para nos mantermos em solidão. Quando esta, está em forma
de doença?
Ser útil, deve ser um
hino de continuidade ao saber adquirido, que se deve prosseguir quando se
envereda por uma solidão voluntária, produzindo actos que melhorem o bem-estar
dos que nos rodeiam e provam que estão atentos à nossa forma de estar.
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