quinta-feira, 22 de maio de 2025

 

CASTIGO NO PS?

 

 

Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por exemplo, donde tenho as minhas raízes, conhecendo os seus ser, o sentir, a resignação que sempre esteve no espirito e na pele, destas nossas gentes, interrogarmo-nos de “boca aberta” sobre o porquê desta reviravolta “política”?

Como e quando pensaram os cidadãos governantes nestas terras, em tal cambalhota? E em todo o interior centro/sul, agora, como obter uma resposta sobre o porquê disto? Pois é! Voto massivo no Chega. Não se votou na AD, pode observar-se. Afinal quem foi o “castigado”? Foi o PS.  Porquê?

A resposta é simples de tão complexa que é. Comecemos com esta nossa análise, simples… indo à complexidade… só porque a quantidade de população poucos votos dá no todo do país. Ouvimos da boca de responsáveis: no agregado governamental e no agregado autárquico, em resumo, isto:  Diziamos: “ Então, em Reguengos são 11000 habitantes, em Serpa quase 14000, em Mértola 6300, mais ou menos, em Beja, 33000 habitantes, Ourique, concelho é claro, 4900… Responderam: Ai é? Então soma tudo até agora…  São… 69200… Pois, nem todos votam é claro, achas que interessa meter "lá" qualquer recurso"? Esses votantes mexem com alguma coisa no país? O país são as grandes cidades, pá! Ouvimos isto de alguns políticos, em off, volto a frisar.

 O povo vê-se sem hospitais, círculos de justiça, bancos, escolas e polos universitários.  O país vê as terras tomadas por culturas intensivas de oliveiras, amendoal, abacate, painéis fotovoltaicos (energia sempre mais cara) a tomarem a terra fértil e os "recursos de todos", não investidos pelos governos, e que não entram em benefício do povo. O povo não tem capacidade nem tempo para uma análise social e financeira do que os governos determinam.

E então, porquê a “multa” no PS? Foi quem podia ter mexido nas coisas e não o fez, ao tempo e em tempo. E é de esquerda! O povo não muda assim do pé, para a mão! Pois não, só dando um voto transformado numa lição. É que o Chega prometeu repatriar imigrantes e colocar a etnia cigana (quem não produz, penso eu...) a trabalhar e a não receber subsídios, só os que a restante população recebe. O Alentejo perguntou: "Para que lado me viro?" Bom, e o PSD? Vai ter essa lição mais para a frente. Claro que vai… Esta mudança foi RADICAL. Pois foi, e o ser-se radical leva a desastres… muitas vezes sem emenda possível. Irremediáveis.

Quando se abriram estradas, vias rápidas, no Alentejo, e só agora algumas estruturas a concluírem, um aeroporto fundamental para o desenvolvimento de uma vasta região abandonada pelos que já referimos, não se faz nada por ele, em continuidade do pensamento e acção nessa altura? É um aeroporto crucial para apoio aos já existentes e sobressair em exportações. 

O que se quer como resposta? As estruturas criadas não são corruptas. A mesquinhes e a falta de visão dos nossos políticos é sempre a morte do país. Os "poderes" paralelos, detentores do capital que nada faz pelo país, ditam leis, ditam ordens. Isto não é conversa de "comunista". É fruto de muita leitura, muita investigação e ver os resultados no terreno! 

Quem pensa não querer nada igual ao passado, onde a fome estava presente e o emprego era escasso e mal pago.... é o povo! O povo não quer ver isso outra vez, o  25 de Abril veio para terminar com o estado das coisas, não para se lhe dar continuidade. E o que se vê é o imigrante com mau tecto, ou sem, a penar pelas ruas, sem apoio nenhum, por falta de controlo governamental, a eterna falha para se inspeccionar o investido e acontecido. Estes imigrantes são controlados do lado de fora do país, por máfias. Vejam-se as reportagens do NOW em Lisboa, por exemplo. O país tem que ter regras. Não se pode premiar que não produz nada! O povo tem medo disso e não admite outra vez a mesma coisa, o antes do 25, o que foi consigo.

Castro Verde teve Chega? Aljustrel também não!  Verdade é que, não fossem as minas, e iriamos ver os imigrantes a andar nas ruas a penar. Aqui, o voto seria Chega se assim fosse... não tenham dúvidas, líricos da política. Estes “génios” fazem ideia do que criaram?  A análise ao problema, passará por esta leitura? O PSD estará interessado em analisar “o fogo na casa do vizinho”? Passará ao lado, porque a ausência de votação foi nos “outros”, não em “nós”. Se assim for a atitude, continuamos a perpetuar o fracasso do país. Não é um excedente financeiro que faz um governo ser “excelente”, esse excedente, sem ter  criado riqueza, será à custa de mais privações do povo, isto, repito, pela incapacidade governamental, até agora, em criar riqueza.

Fracassados e incompetentes serão os governantes que pensam ser excelentes só porque, retirando “rendas” ao povo, “cumprem magnificamente trabalhos de rotina”, mostrando “serviço”. Um governante deverá sempre ultrapassar esta “pequenez na dimensão pessoal”, criando diariamente, riqueza e bem-estar e aí sim, poderá ter a plena consciência do dever cumprido.

 

Victor Martins

quinta-feira, 15 de maio de 2025

 

O “conversês”

 

 

               O “conversês”,

                                           fornecido pêlos chefes de partido, agora em arruadas, tem sido, quanto a mim, uma forma de criar clientes ideais para um determinado “produto” que oferecem.

Educar as pessoas para um voto consciente, devia requerer anos de formação cívica, anos a criar hábitos de análise, anos em que a escola ajudasse os cidadãos a crescer. Onde é que isto é processado? Em lado nenhum! Pois é, na escola foi cerceada a possibilidade de a Formação Cívica, (criada em 2001, até 2012) dar frutos. Sempre o nosso espirito economicista, sempre uma pequenez de espírito…

Ao “tempo”, muitos de nós evoluíram para um discernimento social que levou o país a ombrear com outros que detinham, já nessa altura, um padrão social elevado, quanto ao nosso, mas que era o justo para os cidadãos. Era o justo e o necessário para todos estarem em pé de igualdade nas suas sociedades. Conseguimos com suor e lágrimas à mistura. Algum sangue também. A perda de tecto e deslocações em massa de outros continentes para o nosso “cantinho” … assim o fizemos, sempre com a vontade de darmos a todos, neste cantinho, a capacidade de nos tornarmos iguais em saúde, justiça, educação e com riquezas mais bem distribuídas a quem trabalha.

Damos conta de um facto: “A incapacidade de nos organizarmos”. A nossa vida resume-se a jogos entre dois “clubes” e a quem dedicamos a nossa atenção: “Procastinense, português e o Procastinaikos… sabe-se lá donde é que é.

Defacto não seriam necessárias aulas continuadas sobre a nossa “Responsabilidade Cívica”, ou “O que posso fazer pêlo meu país” se estivéssemos atentos, estudássemos a situação do país, estudássemos a vida e o currículo dos candidatos em vez de empurrarmos “com a barriga” a evolução do país.

Domingo, estaremos a voltas com o eterno “fardo” porque, ao que estou a ver, não estamos interessados em dar aos filhos e aos netos um país melhor.

25 de Abril? Perdi, queria ganhar… mas… vou continuar a perder pela incapacidade em ter ao meu lado “cidadãos” responsáveis.

 

 

Victor Martins

domingo, 6 de abril de 2025

 

É DESTA VEZ?


É natural, para quem escreve umas quantas linhas em prosa, fazer intervalos nessa escrita. Vários são os motivos. O que preside a este, está sustentado na análise da campanha eleitoral que reina na política do momento, sobre os políticos e, pois, e, sobre os eleitores que nada querem fazer a não ser votar no “seu clube”, ou fazerem como o Trump: “Dar cabo de tudo que foi construído ao longo de 50 anos”, no nosso caso...

Conheço muito pouco dos meandros da política e das suas variáveis complexas, nunca circulei pelos “mentideros” nem na “lota dos party friends”, mas sei que, o nosso “decidir votando”, não tem, ao que parece, um valor assim tão grande, mas a confiança que temos na nossa força de decidir, dependendo do resultado mau ou bom, mesmo assim, é o que nos permite viver com a consciência de que estamos a contribuir para manter viva a democracia que tanto nos custou a conquistar. Aos da minha geração… ao que parece. Nota-se, por prática de observação e vivência dos resultados políticos na nossa sociedade, que tanto faz uma ponderação apurada para decidir sobre uma determinada candidatura, ou atirar uma moeda ao ar. Não se admire leitor amigo, o resultado social, durante o período de vigência dos resultados, parece ser o mesmo.

Damos conta que o povo pretende sempre novidades, mas sem responsabilidades inerentes ao assumir essa mesma novidade. É que gostamos de lançar as perdizes para ver os outros andarem aos tiros, com essa nossa atitude. Se nos for perguntado onde fundamentamos as nossas escolhas: “Não sabemos, não respondemos, ou o normal, viramos as costas...”

A democracia, o nosso sistema democrático, entrou no que Maquiavel escreveu sobre o “que era” a política, já nessa altura. Descreveu a política como era e não como deveria ser. Por esse prisma, a democracia deveria ser... mas não o é!

Com a nossa forma de ver e praticar a democracia, confiamos cegamente nos aspirantes a democratas, que respiram e transpiram razões para venderem o seu “produto”, votando numa ideia que saiu de um “copy & paste” ideológico que, perante o que nos proporcionou o dia de trabalho, subscrevemo-la, “eles pensaram por nós”, sem sequer vislumbrarmos que esses condutores, aspirantes a democratas, nos levam a criar um “opressor” ideológico. Somos pela novidade? Os que já são “entardecidos” na política não possuem saber acumulado? Os novos são intelectualmente de “geração espontânea”? A nossa má escolha continua sustentada na teoria real de mantermos uma “asneira” generalizada para que não nos critiquem negativamente.

Democracia é um sistema que se fundamenta na relação do homem com o bem estar social, nunca da relação do homem com o homem. A regeneração deste sistema político deve ser feita com base em fundamentos da essência da coisa social; procurar que o poder seja sempre uma origem, nunca que seja a “origem” dos caprichos e interesses individuais de um grupo, um partido ou um homem.

Na democracia o político nunca deve ser a fonte, simplesmente o canal necessário ao transporte das coisas do interesse publico, mas, dado o lugar em que o colocamos, nenhuma autoridade sem ele, mas também nenhuma autoridade dele.

O relacionamento entre pares, tem que ser feito com entendimentos. Se não for assim, os consensos perdem-se. Nessa altura os partidos passam a designarem-se por “bandos”. Nunca se poderá instalar o poder das maiorias no sistema de governação. Leva a criar resultados que não interessam socialmente a todos. No sistema onde o poder é repartido, numa democracia, que não a dos interesses, os consensos são importantes para bem da própria democracia e se é assim, do bem estar social. Seja, aqui as resoluções são coincidentes com a razão e com os fins últimos do nosso bem estar social.

Como começar mais um novo ciclo com alguns a prometerem “perturbar”, com razões ínvias, a estabilidade desta nossa “quinta” que até possui um “regulador fora de portas” que pretende objectivos cumpridos para que o bem estar da sociedade continue? Vamos ser responsáveis e chamar à “pedra” quem nos representa para que o país possa ser governado, ou... vamos dar largas à nossa frustração, por sermos poucos, ir em busca de “pólvora” para lançarmos o caos sobre os que pretendem, trabalham e pagam para que exista paz, progresso e democracia plena?

Analisemos os que não querem o país estável. Saiamos dos “clubes” se isso for necessário e pondere-se, caso a caso, sem facciosismos “clubistas”. Se calhar chegamos à conclusão que somos afinal, um povo “criador de empregos”… bem remunerados, para quadrantes políticos de topo...

Se conhecermos alguém que recebe subsídios de inserção social, recebe bolsas, exige propinas mais baixas ou até nulas, que “perdoa” dividas a clubes, que vai para manifes e não trabalha e… e…, então faça algo, ajude a democracia. Exija o cumprimento dos deveres desses cidadãos que vivem pendurados na nossa economia e nos abafam.



Victor Martins

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

CULTURA

 

 

O conceito cultura, foi dado pela primeira vez em 1817, por Edward Taylor. Taylor referiu o carácter de um aprendizado cultural, contrariando a ideia tácita, ao tempo, de uma transmissão biológica. Afirmou que a cultura era um conjunto com complexidade, interdependente, que recebe e “grava” permanentemente: conhecimentos, artes, crenças, tradições, costumes, hábitos, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo e leis dos seres humanos que estão constituídos em sociedade.

A cultura representa então, o património social de um povo, não sendo mais que um somatório de padrões dos comportamentos humanos.

Teremos então a cultura popular, cultura de massas, culturas: material e imaterial, organizacional, erudita…

Diremos, então, que a cultura não se isenta, nem é irresponsável. Estamos todos implicados nela porque contribui para a formação do indivíduo enquanto ser social. Referiremos, alargando um pouco o leque, que a cultura é um conjunto de costumes, de instituições, de obras ou um determinado grupo artístico (literário, dramatúrgico, musical, artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante e que acaba por ser a herança de uma comunidade ou grupo de comunidades, ou país.

Na Europa, a cultura de Portugal, podemos referir sem embargo nenhum, que é uma das mais tradicionais, marcada por influências, que vão desde os romanos até aos povos árabes. Ao reunir grandes possessões por todo o mundo, Portugal influenciou directamente a cultura de vários países que construiu de raiz, Moçambique, Angola, Brasil, etc., etc.

Nalgumas manifestações culturais nossas, estão, por exemplo, os tipos de habitação regional, as religiosas, a diversidade gastronómica, o folclore, as calçadas, a azulejaria, danças, músicas, arquitectura de casas, palácios, teatros, cinemas, etc., etc.

Então uma das maiores riquezas do país é a diversidade cultural de norte a sul do país. As suas expressões artísticas, tradições e eventos, são únicos, quer seja através da música, do teatro, da arquitectura ou das artes plásticas, o país oferece uma experiência cultural completa, que mistura o passado e o presente de uma maneira única.

Escrevemos esta simples opinião sobre a cultura do nosso país e o que é cultura, do que sabemos, (saber) sem “trabalho de casa”, aqui, o texto seria mais profuso e ainda mais pedagógico. Não o fazemos porque, quem possui cargos, ou é militante em partidos, tem a obrigação de ser culto, investigar, por fim, se for instado/a a proferir opiniões, as diga com precisão e justeza.

O texto que deu origem a esta nossa opinião, lemo-la no The Blind Spot, foi o que se transcreve a seguir:

“Num podcast, quando comentava as declarações de Pedro Nuno Santos sobre a necessidade de os imigrantes respeitarem a cultura do nosso país, Maria Escaja discordou, considerando que a cultura portuguesa “é uma grande merda”. A deputada municipal bloquista justificou a afirmação com os casos de violência doméstica em Portugal e um suposto hábito cultural de “beber café com cheirinho a seguir ao almoço”. Por fim, questionou o que é a cultura portuguesa – uma posição semelhante à da eurodeputada ex-ministra do PS, Ana Catarina Mendes, que também criticou a ideia de uma aculturação dos imigrantes. O The Blind Spot questionou Maria Escaja sobre o carácter potencialmente ofensivo das suas palavras para os portugueses, e sobre quais as culturas que considera ‘superiores’, mas não obteve resposta até ao momento.”

Pois caro amigo e leitor, será que temos que “levar” sempre, com estes básicos? Será que temos nos partidos (neste caso, Bloco de Esquerda) militantes com tanta falta de preparação académica e “cultural” (história, geografia, filosofia, sociologia…) que não fazem ideia em que país estão e culturalmente são uns…? Será que temos que dizer às cúpulas destes partidos que não têm que fazer “monte”, sim qualidade? E nós? Continuamos a votar neste tipo de pessoas?

Simplesmente… isto.

 

Victor Martins

 


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

 

Leia, ouça, veja, sobretudo reflita…


    A transmissão dos saberes por via da oralidade foi ultrapassada, por bem. Através da palavra escrita, da imagem, nos tempos que correm, o saber, rapidamente avançou e “cimentou-se”. Ninguém está do lado de fora do avanço da ciência, da tecnologias das técnicas, dos demandos sociais e governamentais, só querendo estar.

    Mas não é verdade! Uma substancial parte da nossa sociedade continua a não acompanhar a evolução dos tempos que decorrem e “que nos correm”. Não porque queiram, sim, porque socialmente foram criadas escalas para acompanhar o progresso científico, tecnológico, e fundamentalmente o nosso social.

    Quem tem acesso livre ao livro, entenda-se o tema que lhe interessa, o seu preço? Quem tem capacidade para ter um sistema que lhe permita ver ciência, técnica, literatura, musica, em casa e ter tempo e disposição? E dinheiro para alguns equipamentos necessários para ver e estar dentro do assunto em causa, o de cada um? E onde está o tempo para recrear, estudar, refletir sobre os conteúdos desses meios? E capacidade financeira para poder adquirir o essencial que colmata o défice de cada um? É engraçado bradarmos ou discutirmos de forma positiva, se o essencial para nos mantermos vivos fisicamente, consome os parcos recursos financeiros que nos dão como direito pelo trabalho por nós executado?

    Mas devemos socialmente ajudar a levantar da sua incapacidade crónica, alguns milhões de seres humanos, nesta nossa sociedade, para que possam entrar no mundo científico, tecnológico e social, que galopa bem ao nosso lado mas está noutra “faixa” de circulação. Faltam métodos e meios de incitamento para que a nossa “gente entre no que é necessário”. Como? Criando níveis remuneratórios compatíveis com o trabalho executado, para que se disponha de um “sobrante” para a primeira “viagem”, conduzida através do que dispõem os mais privilegiados, o acesso à evolução profissional, social e pessoal.

    Os dirigentes (poucos) que se propõem a servir o povo, devem levar os menos privilegiados a depender deles próprios e não do “eterno patrão” que tudo cilindra e humilha. Devem esses dirigentes comunicar muito, “falar”. Esse é o único meio de dialogo. Nunca através de decretos, ordens, regulamentações, nem de promessas, externas ao interesse de todos nós, pois são sempre enganadoras salvações! Vejam-se, ou relembrem-se os discursos antes de qualquer eleição.

    Algumas vezes, também, não apreendemos a palavra-chave dos discursos, porquê? Porque gostamos de entrar na “liça” e bem longe dos futuros governantes, queremos fazer-nos, também, “ouvir”. A quem? Ao nosso vizinho que também está no mesmo “barco e viagem” que nós, mas não entende? E que, afinal, só grita que é amigo do futuro dono do barco.

    Passamos, muitas vezes, aos “tiros” sobre conteúdos que nos querem transmitir e assim acabamos por passar ao lado da mensagem, isto porque o “futuro dono do barco” que entendemos ser, vai ser outro. Somos assim, nunca ouvimos ninguém. Mas devíamos ouvir mais. São-nos enviadas imagens para nos informar, moldar, etc. Lembremos que os nossos antepassados desenharam na pedra alguns caracteres e imagens que ainda não conseguimos decifrar totalmente a mensagem… e nalguns casos, bem simples. Sabemos agora, a imagem que nos dizem ser a correta, tende a criar lucros sobre a nossa ansiedade.

    Vejamos mais e reflitamos sobre essas visualizações, sem explodir em raciocínios de nada para o nada.

    No que lemos e vemos de credível, temos, digamos, matéria-prima para formar o pensamento, para conseguirmos uma critica de verdade, pesando sempre a concordância dos factos. Pensemos nas dúvidas construtivas que se nos deparam com a leitura e observação, para que compreendamos tudo que nos é racionalmente compreensível. Pensemos sempre, sobretudo, olhando para nós, para os nossos erros e não assumir “um dono de um barco” que diz, a plenos pulmões, que os outros são corruptos e eles é que vão colocar Portugal na ordem. Agora dá para sorrir? Pois é. Pensemos, reflitamos e por fim, agir em prol de todos.


Victor Martins


sábado, 25 de janeiro de 2025

 

O ENSINO E O CIDADÃO EM FORMAÇÃO.

 

 

            É fundamental que a nossa escola não se separe do mundo actual: tecnológico, artístico, social, sobretudo humanista.

            Estamos num patamar em que alguns cidadãos “fogem” da escola, olham-na com aversão. Estamos “perto” do dia em que iremos deixar de a conceber como o lugar, onde o cidadão em formação deve ir, para receber as “ferramentas” intelectuais e práticas por forma a tornar-se útil a si e à sociedade a que pertence, seguindo-se a sua utilidade social no mundo global.

Ninguém é de geração espontânea! Todo o desenvolvimento social, técnico e tecnológico é um somatório de teorias, comprovação das mesmas ao longo dos anos, em beneficio de todos. Os currículos não são mais que esse somatório e refinamento constante, de acordo com o evoluir da ciência e da técnica.

            A escola é um local privilegiado que não pode ser levianamente tratado, transparecendo essa leviandade, em meras circunstâncias económicas com carácter corporativo e nas instâncias governativas, como local onde se ordena a criação de “terra queimada” sobre o que estava, voltando a construir novas directivas, para que estas, agora e mais tarde, voltem a ser queimadas na “fogueira politica”, seja, o que de bom estava em prática.

             Um educador não pensa na escola, pela escola. Um educador não pode focar-se na vereda estreita de só ver o ensino. Um educador que se preza de o ser não pode nunca afirmar que o ensino é o seu mundo, sim que o ensino é parte indispensável do seu mundo. O educador tem que ter uma clareza de espírito por forma a que as tarefas monótonas de “secretariado” não o “humilhem” intelectualmente. Essas “esporas” criadas por espíritos nada esclarecidos pedagogicamente, tornaram a tarefa do educador num sistema duplo. O do ensino/formação, em que o educador/formador tem base académica. Seja, cientifica e tecnologicamente capaz para a sua função e que, aqui sim, deve dar o melhor que sabe para os seus formandos. A outra parte que afinal lhe toma mais tempo sem proveito algum para o cidadão em formação, logo para a sociedade em que se insere e que lhe paga para formar, e só, não é mais que escrita, estatística, relatórios sem grande convicção e mapas de classificações… tudo porque o tempo não é “muito”. E é verdade!

            A perda da preparação de uma aula em prol dos mapas e relatórios de turma vale e está a manter a baixa da qualidade cientifica, pedagógica e didáctica de uma aula?

            A existência de um funcionário administrativo para “secretariar” o professor não seria lucro puro para o aluno? Para todos nós? É que este funcionário iria secretariar uma boa dezena de professores da escola e teria tempo ainda para outras tarefas.

            Claro que o espírito “economicista” de quem nunca soube fazer “contas”, levou a escola a baixar cada vez mais a qualidade de ensino. A parte administrativa que o professor tem que fazer, continuará a ser um arremedo organizativo para proporcionar com isso (intenção dos “esclarecidos” senhores) uma atitude pedagógica à volta do aluno e para o aluno. Não podemos permitir que gente que pensa “poupar”, desperdiça tempo, dinheiro e baixa a qualidade do ensino. Como é possível ser-se “governante” assim.

            A “linguagem” a ter em agenda governativa, neste momento, não é mais a das associações de professores, de pais, ou de políticos que se encontram fora da barricada dos decisores, é sim a de pedir esclarecimentos rapidamente às associações cientificas e pedagógicas dos professores para a REFORMULAÇÃO COMPLETA DOS CURRICULOS de acordo com o mundo tecnológico e cientifico actual. Veja-se o que a comissão nacional, ao tempo, para o ensino fez e recomendou. Não se anule politicamente quando se não sabe nem faz ideia nenhuma como se deve fazer. O ensino não pode ser tratado por quem passou pelos bancos das universidades, simplesmente, sim por quem dedicou a sua vida a essa tarefa!

            Os senhores políticos deverão limitar-se a fazerem contas sem desperdícios e a não truncarem o desenvolvimento de um povo. Muitos são os que o fazem nas várias áreas da vida. Um país que poucos recursos naturais tem, (e nada se pode explorar…) um país que necessita de água armazenada em todo o território, mas logo vem uma afirmação de génio sobre o possuirmos alguns insectos com algumas asas “cromadas” e que com a acumulação de água, vamos criar alterações “profundíssimas” no ambiente…

Bom, ou tomamos uma atitude séria sobre todas as decisões destes “especialistas” e continuamos a tarefa de moldar para melhor tudo que se herdou, acrescentando património de qualidade para os vindouros ou estamos à beira do colapso como povo. Já somos refém de outras ideias/culturas, que se estão a sobrepor às nossas ideias ancestrais e democracia criada a muito custo, com vidas, territórios, riquezas… e nunca tirámos nada de ninguém… tal como somos povo neste rincão.

            Ora o preço a pagar por todas as corrupções, desmandos, incompetências, que se deparam no nosso caminho, é pago pelo povo que a cada “mudança de rumo sem nexo”, vai ter que andar anos para conseguir normalizar o que já devia estar a ser mudado!

            Dizia, assim, ao sabor de “líricos, sem lírica” a escola leva a que o aluno não se interesse. Já sabemos o porquê.  Conseguimos absorver, sempre, quando chegam, no inicio do mandato no ministério da educação, as teorias, mas o que se vê, sempre, é o de pretenderem “ajeitar” o seu percurso social e político e nós nunca vemos que a história de querermos alguém que seja o “competente”, dizemos sempre: este é que sabe disto e vai mudar tudo para melhor, este tem currículo e… sempre o mesmo fracasso porque o Ministério da Educação nunca pode ser um ministro a pensar, sim numa vasta equipa de competentes a trabalhar sobre o ensino.

 Vamos continuar a dar voz à nossa indignação, de forma ordenada e com objectivos. O de querermos a evolução onde todos caibam. A escola é a base de todo o nosso processo de modificação. É para ela que devemos dar a atenção primeira. Comecemos então. Voz às associações profissionais do ensino, alterações curriculares, criação de serviços administrativos para secretariarem o professor, exigência científica, pedagógica e didáctica aos professores e por fim e só, alterações salariais se o país comportar. Para já será o que o país poderá dar… se não quisermos e saltarmos para a rua, então mudemos de profissão, talvez bombeiro sapador.

Que nenhum funcionário público sinta, ao fim de cada dia de serviço, só porque cumpriu as tarefas rotineiras, ter a ideia do dever cumprido!

 

 

Victor Martins

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

 

Ser povo... Português



    Já nos referimos anteriormente ao que é ser povo. Ao ouvir tantos candidatos a “imediatos” do nosso navio, faço uma pequena reflexão. Não é bem o caso de se ser analisado como cidadão deste rincão em profundidade, diremos que, embora não parecendo, que se é natural por nascimento e convicção. Simples… Mas numa análise directa sobre essa filiação e convicção, teríamos o caos definitivo e ficávamos em pânico. O que nos está a aproximar então, desse caos absoluto? São as taxas que se pagam para nos manter e continuarmos a ser povo. Portugueses...

    O nosso Camões escreveria em verso, que os marinheiros não conseguiam marear, pensar, enquanto o corpo que dava para a marinhagem, não estivesse farto, ou minimamente satisfeito, só depois disso viria o tempo de escutar a razão e então criar um rumo.

    Neste momento da vida da nação, toda esta marinhagem, necessita de uma viragem ascendente e não a curva descendente que se apresenta a toda a maruja. Tantos e tantos motins aconteceram e vão acontecer, por falta de “mantimentos vários”, que satisfaçam os marinheiros neste viajar, agora e ainda, sem rumo certo e como sempre o fizemos, ao sabor da ondulação mas, afirmo, orgulhosos de um pavilhão que sempre nos levou ao nada e continua nesse propósito. “Abençoados imediatos” que nos guiam serena e ambliopamente em direcção ao vazio.

    Não é ser partidário do “velho do Restelo”, não é ser-se profeta da desgraça, é constatar a realidade.

    Se quisermos, (ainda este nosso querer…) podemos virar esta situação. Podemos concretizar um país definitivamente, mas, deixemo-nos de “teorias”, temos que partir de e para o concreto. Temos que arrancar para a nova etapa que devemos pretender, a partir do inventário real, constituinte de um povo. Não podemos continuar a ter nas páginas desse inventário o possuir-se “força para vencer os inimigos”, quando não existem, não pode constar que temos que ir contra moinhos de vento, porque não existem, não podemos referir que temos outras terras para cuidar, quando nada mais temos por aí. Não pode constar no inventário que somos o que não somos e se alguma vez o fomos, bom, é melhor que nem isso conste para não darmos trabalho aos psiquiatras.

    O que consta na base do nosso inventário é um país que continua separado. Separado fisicamente de parcelas que são suas e separado das realidades das parcelas que nos estão sempre afastadas. O que consta no inventário de base é que somos um povo de poetas, fadistas e futebolistas, e todos dos bons. Enfim, somos povo para aí virados. Não somos povo para domar o trator, a pedreira, a traineira, o gado, os inventos, o que for possível criar de útil porque logo a seguir vendemos tudo porque depois é uma chatice ter que trabalhar mais, mais e mais. Consta nesse inventário que entregamos o que quer que seja do que temos de bom por uma boa noite de doce encantamento, um bom carro, uma boa vivenda e que nos faça lembrar durante anos o sucedido, depois, de nada mais se ter e ser... estamos uns “sem abrigo”...

    Consta nesse tal inventário que trabalhamos, mas se lermos bem nas entrelinhas constará que, se formos bem dirigidos para isso, trabalhamos. Quando constará que sabemos dirigir, porque sabemos trabalhar e sobretudo, em exclusivo, no que é nosso?

    Teremos que partir de uma série de “coisas nossas” que não podemos perder, têm mesmo que fazer parte do inventário, mas temos que atirar definitivamente fora o que fomos, do que nos orgulhamos, mas que não nos dá mais nada e serve só para ficarmos com ar de idiotas. Pode colocar-se isso num livro de memórias, nunca num inventário!

    Urge fazer o inventário e começar a trabalhar, mesmo, mas todos para o mesmo lado para cumprirmos Portugal.

    Se o não fizermos, através de alguém que marque o rumo, teremos que ser nós a determinar quem queremos para nos ajudar a levar o país à situação de o ser. Independente, útil, capaz de perpetuar desígnios, enfim, referências do ADN que pretendemos desde sempre, quem pensa Portugal, transmitir à geração que nos irá permitir a alegria de os ver crescer e realizar-se.

    Que quando as coisas se vão compondo lentamente, não nos precipitemos a dizer mal e a remar ao contrário dos que querem fazer algo por todos… não queiramos, permanentemente, criar sobre o bem a acontecer, “terra queimada”… como é nossa aptidão.

    Acabemos com os “atiradores-emboscados” e rumemos ao Portugal que queremos. Meu caro amigo, pense, mas pense, neste momento da nossa vida! Faça o seu inventário em prol de todos nós! Ajude! Seja um português responsável de uma vez por todas!



Victor Martins



  CASTIGO NO PS?     Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por ...