AMA A VIDA. 

TU CONSEGUES

        A vida proporciona-nos grandes lições, mas acabam muitas vezes por passar ao nosso lado sem que as tenhamos absorvido, porque o nosso ego  ocupa-nos uma grande fatia da atenção que lhes devíamos proporcionar. Muitas proveem de erros nossos, não conscientes. E os erros conscientes só são cometidos por quem sabe que os comete. Vamos pensar, por todas as razões, que estamos neste patamar... Sendo assim, devemos absorver as lições da vida e colocar-nos no caminho da realização pessoal, levando a par os nossos amigos, nunca os atropelando. Não é boa estratégia progredir sozinhos.

        Devemos julgar sempre o nosso sucesso se o temos no horizonte em relação ao que deveríamos ter renunciado para obtê-lo. É que muitas vezes, esse sucesso foi uma questão de “empurrão das amizades”... que atropelaram alguém, ou foi uma questão de sorte. É importante saber distinguir como aconteceu. Devemos saber fazer esse exame de consciência todas as manhãs, ao olhar para o espelho... Nessa altura vamos conseguir encarar-nos?

        Se alguém nos aparecer nesse momento a dar-nos afeto, aprendamos a não a interromper por esta ou aquela razão. A nossa casa deve ser sempre, mas sempre que possível, feliz. Isso é o que mais importa na vida. Devemos lembrar que o nosso amor, um grande amor, tal como o nosso sucesso, comporta muitos riscos. Temos que ser conscientes na altura de enfrentar o nosso grande amor, depois frui-lo mas, saber se com quem casamos ou namoramos é alguém que gosta de conversar. É de uma importância capital ao longo da vida, sobretudo na nossa “velhice” porque nesta altura a habilidade em estabelecermos uma conversa é o mais importante da vida. É fundamental para não se estar acompanhado... da solidão.

        Se ganharmos muito dinheiro, devemos guardar uma parte para ajudar os outros, enquanto ainda estamos vivos. Existe maior satisfação no que o dinheiro nos pode oferecer em vida quando podemos ajudar alguém verdadeiramente?

        Se estamos em lugar de destaque, ou não, em qualquer caso, não devemos ofender, não julgar as pessoas pela família que elas têm, classes a que pertencem ou habilitações académicas que possuem. Devemos abrir sim os braços para as mudanças, para as várias classes sociais, os imigrantes que delas começam a fazer parte e também não nos desfazermos dos valores em que acreditamos.

        Para ti, sempre que te telefonar sorri quando atenderes. Se for eu, ou quem te ligar, vai perceber esse sorriso pela tua voz. Não estás de acordo comigo ou com outra pessoa? Pelo menos sê leal. E se tiveres que dizer “lamento muito”, nunca mintas, olha bem nos olhos de quem o dizes. Ao telefone, pensa na pessoa e transmite a “voz do que sentires mesmo”.

        Sempre que possível faz a tua introspeção. Mesmo que tenha caído tudo na tua vida, que fiques abismado com a adversidade que te aconteceu e não o merecias, passa um pouco do teu tempo em solidão para reveres o que fizeste pelos teus, fazes pelos teus e pelos outros, o que fazes por ti. Sobretudo vê se consegues continuar a amar de forma profunda. Ao tentares continuar ser assim, podes ter a sensação de que te magoas, mas é a única maneira de viveres a vida na sua plenitude. Dói? Mas vive-se...

Viriato Mondeguino