quarta-feira, 16 de março de 2022

 

A LIBERDADE DE SER POVO, AQUI.



A liberdade é um bem inestimável no ser humano, tal como o ar que respira, a água que bebe. Nenhum sistema social ou político pode coartar o que a natureza humana reclama e lhe é devida por justiça.

A liberdade na comunidade europeia, escrevo-a com letra minúscula, é de uma subjetividade atroz. Vejamos, ao que penso: É-nos dada em esmola humilhante para que sobreviva no espírito do nosso ser. Não a deveríamos aceitar eternamente. Deveríamos lutar para que não se precise mais dessa esmola para que essa (nossa) liberdade não se humilhe mais. Não pretendo que a partir desta minha observação se entenda que esteja contra esta comunidade, não, ela é o nosso “amparo” físico. O que me parece humilhante é termos recebido dinheiro (vendido a liberdade, minha opinião) para não produzir o que se produzia, não sendo já suficiente mas “aliviavam” essas produções, as nossas necessidades sendo produzidas até com uma certa qualidade.

Na parte agrícola, sempre as nossas sementeiras e desenvolvimento dessas sementes, desfrutaram de um clima único, não igualável na Europa. Batata, trigo, cevada, centeio, milho, legumes, o leite, vinho, queijo, azeite, frutas de época, tudo era diferente no paladar e estrutura, em comparação com o resto da Europa. Começámos agora a trabalhar a sério? Pois bem, este tempo é tardio, um dos nossos pecados. Dada a temperatura do nosso mar e diversidade das espécies que podemos confinar em locais determinados na nossa costa podemos avançar, com meios e financiamentos nacionais e não vendendo a estrangeiros espaços que são “de todos” e só utilizáveis pelos nosso investidores!

Mas tudo isto trocámos, vendendo a nossa liberdade, tudo por incompetência. Estamos a provar isso ao mundo e infelizmente a nós, desde o Brasil.

Não é possível mais ter-se terra cultivável e não a cultivar? Produz pouco por hectare? Pois “tratemos” o terreno, Israel conseguiu graças ao sistema gota-a-gota criar citrinos e outros… no “deserto”. Connosco, diríamos, “assim não funciona a produção!”.

É possível aceitar mais cotas para produtos que nós produzimos, mas que nos obrigam a importar, e sabemos, até produzimos com mais qualidade, (contando com os solos e exposição solar) embora sem a quantidade necessária? Aqui existe uma mais valia comprovada, a diferença entre uma baixa qualidade do importado e o que é produzido por nós.

Não devemos ser pedintes, possuindo! Não devemos ser a “cópia” de alguma coisa que nos querem impor! Para isso existem carimbos.

Já tive a oportunidade de dizer que só seremos cultos a partir da altura em que não aceitemos esmolas de quem “manda” e que com essa “dádiva” nos vai ditar o que quer para a “suas políticas”.

Temos que mudar a nossa forma de ser. “Ser” não é só “Ter” e os que nos querem dar para termos, não pretendem que sejamos.

Analisemos o caso da China. Esses dirigentes querem Ter. E o Ser da sua sociedade? Está a soçobrar? Alguém passa mal para que alguns por lá “Tenham”. Por mais que queiram fazer parecer que não, a sua política na compra das “chaves económicas” dos vários países assim o demonstra.

Em cada cidadão que deixa de Ser, porque é explorado na sua dignidade, mediante a força do Ter sobre si, a sociedade vai caindo com o seu Ser, irremediavelmente.

Será que nós, neste rincão, nos agarramos também ao Ter para satisfação, primeiro física, depois, aqui é subtil, porque orientados para isso, somos manipulados para nos “mostrarmos” nesta nova sociedade tecnológica e postar fotos no facebook? Instagram? Ter bons carros na porta de casa? Fazer férias que são pagas a prestações? Estas “coisas do Ter” não interessam ao progresso de um povo. Só interessa ao “ser” que só quer “ter” mas, na maior parte das vezes não “tem”, só possui um pequeno espaço no inconsciente para massajar o seu “ser”.

“Governantes” vários cedem, sorriem e acatam as decisões dos que Têm, anulando lentamente as próprias sociedades que parecem querer dirigir, no seu Ser. Mas só conseguem passar pelos locais onde são poder, resolvendo as suas reformas, obscenas em relação ao que aufere o povo e conseguido isso, dizem para o povo: “ Adeus, até ao meu regresso, ou até nunca mais, mas eu fui o vosso melhor”. Sem que sejam chamados a responder pelo “estrago” feito a um povo!

Esta análise é breve, chã, porém carregada de angústia ao ponto de pensar que estes “espremedores sociais” são muito capazes, até pela sua incompetência, de nos atirar para uma situação onde se irá perder, para vivermos o final de vida como planeámos e em regra assumida, tudo o que fomos construindo de material para conforto nosso, ameaçando-nos e concretizando, no desenrolar da ação, também a destruição das nossas amizades, construídas durante a vida, porque teremos que ir, cada um para seu lado, viver em locais, se isso ainda for possível, de onde os nossos trisavós saíram para melhorar a sua vida.

Uma outra forma de analisar, pela verdade do que está a acontecer:

Teríamos conseguido sobreviver e evoluir para os padrões atuais de sociedade se não tivéssemos entrado para a Comunidade Europeia, na altura? Sem dinheiro para pagar os vencimentos dos funcionários públicos e compromissos internacionais? Claro que não! Não podemos esquecer que ficámos sem nada em 74. Entrámos para a União Europeia, conseguiu-se! Mas mais uma vez, depois de “filosoficamente” termos desbaratado tudo o que tinham acumulado os nossos “antepassados” e ficado, é claro, com este retângulo na beira-mar plantado, pensava-se que tudo isto iria funcionar sem trabalho dobrado e poupanças? Como só nós fazemos, também desbaratámos rios de dinheiro chegado da União Europeia, não a totalidade é claro. Muito foi para infraestruturas rodoviárias que só beneficiaram o país. Que o diga que foi servido, não quem vive nas grandes urbes.

Mas reparemos, insistir em marcar a nossa posição como membros ou simpatizantes de um “clube político” e com essa teimosia senil, não pensar e atirar tudo a perder sem verificar que os ilustres jotinhas nada mais fazem do que tratar das suas vidas quando são governo, serve para quem? Instalar esta gente no poder e voltar a pedir futuramente nova intervenção da Troika, é isso que queremos? Não seremos capazes de analisar de vez o que necessitamos sem passar a vida a empurrar o nosso destino para os tais “outros”, ou para os tais “eles”?

E agora com a guerra? Putim quer “ter”! Destrói mata, viola todos os direitos que os seres humanos possam ter. Nós olhamos e dizemos que não, não podemos intervir porque daria uma guerra mundial… e? Assiste-se a tudo isto permitindo a dor pelo sangue derramada, a dor pela perda do património herdado e adquirido pelo fruto do trabalho, a dor de olharmos os sofredores que nos olham em súplica; “Ajudem-nos!!!…” Nós olhamos resignadamente, sabendo que assim, hipocritamente que não cai uma bomba atómica no nosso “prato”. O sangue que vemos a escorrer? E a dor nas caras a resvalar para o resto do mundo, que está aqui ao lado, na vizinhança da Europa de leste? E as súplicas de quem perde tudo, a esperança, o futuro?

Afinal temos mesmo que cultivar ou não? Temos que criar fabricas para produção de produtos necessários à nossa economia e que entendemos, como génios, que seria mais barato comprar na China? Tanta e tanta volta a dar ao país. Não interessa agora vir para a rua protestar contra o preço de petróleo, o preço do aço, o preço dos cereais e derivados, o preço dos detergentes, o preço das essências, o preço das matérias-primas para os laboratórios que fabricam medicamentos, o preço das matérias-primas para tudo que faz falta à nossa vida. Temos um sub-solo com matérias-primas e em off-shore, gás. Será que se continua a fazer justiça ao “tribuno romano” que afirmou no Senado, depois de ter recebido todas as informações das expedições romanas à peninsula ibérica, disse: “ Naquele canto, com o mar por fronteira, está um povo que não se governa e não se deixa governar”. As manifestações tradicionais do pós 25 de Abril são de todo desnecessárias. Quem as fizer é contra a sociedade que está num ponto de se repensar, até já sem tempo. Repensar todo o Portugal, a nossa sociedade. E tínhamos que ter soluções para ontem. Ajudem, pensem organizadamente em cada empresa, em cada repartição como fazer melhor. Proponham, façam chegar às cúpulas competentes, competentes, digo. Pense-se bem todas as alterações a fazer em cada setor que é palco do nosso trabalho. para que o país saia desta estagnação. É AGORA OU NUNCA SERÁ!

Porque penso assim? Tenho toda a autoridade que me é devida! Porque me consideram um pilar pagante “privilegiado” nesta sociedade e vejo que o “tabuleiro desta ponte” para a saída definitiva desta crise “genética”, está a ficar todo em cima de “mim”, armaram-me em “pilar” desta ponte, eu, simples aposentado, ex-professor. E já pesa, caramba! Mas se todos se concentrarem em contribuir para conseguir uma reforma, ah, Portugal “vira” e definitivamente vai em frente!


Viriato Mondeguino

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