sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

 

SOLIDÂO OU A CORAGEM DE ESTAR SÓ

 

 

Um triunfo que se consegue sobre nós é a coragem de sermos sós. As correntes opinativas que rodam em volta desta atitude não conseguem demover esta forma de estar, quando pessoal e de livre vontade. O nosso tempo de vida, consideramos então que somos entardecidos, deu-nos já o suporte, o conhecimento necessário para o resto que nos resta de vida. Nada nem ninguém é de geração espontânea. Alcandorados no nosso saber conseguimos assim uma cultura que por poucos é entendida pois é sempre muito pessoal e pouco divulgada...

            Ser solitário não é sinónimo de se estar doente psiquicamente. Ser só é também ter vencido a noite e permanecer sempre a acompanhar, paralelamente, os dias, apreciando-os, comentando-os, nunca permitir que eles passem sobre a nossa forma de estar. Apesar de termos uma opinião sobre o sermos úteis para a sociedade ao estarmos por opção, sós, nem sempre o que entendemos que é útil, é verdadeiramente útil para todos, e o melhor também, não gerou o melhor para todos. Descobre-se que em alguma circunstância das nossas vidas, o que lhe foi benéfica, mais tarde, não o foi. Também o contrário foi verdade. Examinem o que de vida passaram e notarão que nalguns destes passos aconteceu uma igualdade ao que digo. Ora, o resto de vida em solidão, saudável, (muitos não entendem isso e outros até a “tratam medicinalmente”…) não vai perdurar todo o tempo que resta ao mundo, nem nós o queríamos até porque iriamos dar conta que desapareceriam: o conceito de útil e inútil, o prejudicial e o favorável. Para a circunstância social, queremos manter-nos úteis sem pretender ser um elemento que desgaste recursos que outros acumulam para nos mantermos em solidão quando esta está em forma de doença.

Ser útil é assim um hino de continuidade ao saber adquirido que se deve prosseguir quando se envereda por uma solidão voluntária produzindo atos que melhorem os que nos rodeiam e que, mediante eles, provam que estão atentos à nossa forma de estar.

Ser “só” representa o estar atento a esta campanha legislativas, Janeiro 2022, verificar as acusações que os candidatos a governar o país e candidatos a serem remunerados pelo país. Nunca uma campanha foi tão básica, lembro as campanhas para os órgãos diretivos no Instituto Industrial de Nova Lisboa quando eu aparecia para fazer as frequências e me contavam as peripécias… Também nos clubes de futebol é assim…

Ser responsavelmente só, dá a visão do vulgo que nunca faz o trabalho de casa e vai votar na “cor”, irremediavelmente. Nunca se vai cumprir o país!

 

 

Viriato Mondeguino

           

 

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