SOLIDÂO OU A CORAGEM DE ESTAR SÓ
Um triunfo que se consegue sobre
nós é a coragem de sermos sós. As correntes opinativas que rodam em volta desta
atitude não conseguem demover esta forma de estar, quando pessoal e de livre
vontade. O nosso tempo de vida, consideramos então que somos entardecidos,
deu-nos já o suporte, o conhecimento necessário para o resto que nos resta de
vida. Nada nem ninguém é de geração espontânea. Alcandorados no nosso saber
conseguimos assim uma cultura que por poucos é entendida pois é sempre muito
pessoal e pouco divulgada...
Ser
solitário não é sinónimo de se estar doente psiquicamente. Ser só é também ter
vencido a noite e permanecer sempre a acompanhar, paralelamente, os dias,
apreciando-os, comentando-os, nunca permitir que eles passem sobre a nossa
forma de estar. Apesar de termos uma opinião sobre o sermos úteis para a
sociedade ao estarmos por opção, sós, nem sempre o que entendemos que é útil, é
verdadeiramente útil para todos, e o melhor também, não gerou o melhor para todos.
Descobre-se que em alguma circunstância das nossas vidas, o que lhe foi
benéfica, mais tarde, não o foi. Também o contrário foi verdade. Examinem o que
de vida passaram e notarão que nalguns destes passos aconteceu uma igualdade ao
que digo. Ora, o resto de vida em solidão, saudável, (muitos não entendem isso
e outros até a “tratam medicinalmente”…) não vai perdurar todo o tempo que
resta ao mundo, nem nós o queríamos até porque iriamos dar conta que
desapareceriam: o conceito de útil e inútil, o prejudicial e o favorável. Para
a circunstância social, queremos manter-nos úteis sem pretender ser um elemento
que desgaste recursos que outros acumulam para nos mantermos em solidão quando
esta está em forma de doença.
Ser útil é assim um hino de
continuidade ao saber adquirido que se deve prosseguir quando se envereda por
uma solidão voluntária produzindo atos que melhorem os que nos rodeiam e que,
mediante eles, provam que estão atentos à nossa forma de estar.
Ser “só” representa o estar atento
a esta campanha legislativas, Janeiro 2022, verificar as acusações que os
candidatos a governar o país e candidatos a serem remunerados pelo país. Nunca
uma campanha foi tão básica, lembro as campanhas para os órgãos diretivos no
Instituto Industrial de Nova Lisboa quando eu aparecia para fazer as
frequências e me contavam as peripécias… Também nos clubes de futebol é assim…
Ser responsavelmente só, dá a visão
do vulgo que nunca faz o trabalho de casa e vai votar na “cor”,
irremediavelmente. Nunca se vai cumprir o país!
Viriato
Mondeguino
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