A PROPÓSITO DE ELEIÇÕES… MAIS UMAS...
Da leitura e prática diária. retirei ensinamentos sobre o comportamento da nossa gente. Sei que ninguém reclama, justificadamente, o seu assento por direito próprio nesta sociedade. Também não é caso, agora, para se ser analisado como cidadão deste rincão, é-se então natural por nascimento e convicção. Mas, numa análise direta sobre essa filiação, teríamos o caos definitivo. Entretanto, o que muito nos aproxima desse caos absoluto, são as taxas que se pagam para nos manter e continuarmos a ser portugueses...
O nosso Camões diria que os marinheiros não conseguiam, marear, pensar, enquanto o corpo que dava para a marinhagem, não estivesse farto, ou minimamente satisfeito... só depois disso viria o tempo de escutar a razão e então criar um rumo.
Neste momento esta marinhagem necessita de uma viragem ascendente e não a descendente da curva que se apresenta a toda esta maruja. Tantos e tantos “motins” aconteceram... e vão acontecer, (até nas ruas em manifestações) por falta de “mantimentos” que satisfaçam os marinheiros neste viajar, agora e ainda, sem rumo certo e como sempre o fizemos, ao sabor da ondulação… mas orgulhosos de um pavilhão que sempre nos levou ao nada.
O que dizemos não é Restelismo, não é ser-se profeta, é constatar a realidade.
Se quisermos, podemos virar esta situação. É possível concretizar um país definitivamente, mas, temos que partir do concreto. Temos que partir, para esta nova etapa com a determinação do que se pretende, a partir do inventário real constituinte de um povo. Não podemos continuar a ter nas páginas desse inventário o possuir força para vencer os inimigos, quando os ditos não existem, não pode constar que temos que ir contra moinhos de ventos porque não existem, não podemos referir que temos outras terras quando nada mais se tem por aí. Não pode constar no inventário que somos o que não somos e se alguma vez o fomos... é melhor que nem isso conste para não darmos trabalho aos psiquiatras.
O que consta na base do nosso inventário é um país continuadamente separado. Separado fisicamente de parcelas territoriais que são suas e separado das realidades das parcelas que nos continuam afastadas. O que consta no inventário de base é que somos um povo de poetas e fadistas. Somos povo para aí virados. Não somos povo para domar o arado, a pedra, a pesca, o gado, explorar recursos naturais, o que for possível criar de útil. Consta nesse inventário que entregamos o que quer que seja disso por uma boa noite de doce encantamento e que nos faça lembrar durante anos o sucedido.
Consta no inventário que até trabalhamos bem. Constará que, se formos bem dirigidos para isso, trabalhamos exemplarmente. Quando constará que sabemos dirigir porque sabemos trabalhar?
Meu caro leitor, teremos que partir de uma série de “coisas nossas” que não pudemos perder, têm que fazer parte do inventário, mas definitivamente temos que atirar fora o que fomos, do que nos orgulhamos, mas que não nos dá já nada. Pode colocar-se isso num livro de memórias, nunca num inventário!
Urge fazer o inventário e começar a trabalhar, mesmo, para cumprirmos Portugal.
Se o não fizermos, através de alguém que marque o rumo, teremos que ser nós a determinar quem queremos para nos ajudar a levar o país à situação de o ser. Independente, útil, capaz de perpetuar desígnios, enfim, referências do ADN que pretendemos desde sempre, quem pensa Portugal, transmitir à geração seguinte que nos irá permitir a alegria de os ver crescer e realizar-se.
Apesar de tudo, a realidade está patente nestas eleições. Claro que o que lhe digo é tão óbvio, que talvez merecesse outro tipo de texto, mas não. A verdade é que, não aceitamos quem nos diga que se está a proceder mal. Que vamos votar nas mesmas cores do nosso “clube” sem analisar nada.
Meu caro leitor, o virtual é algo que nos faz discutir em longos discursos, mas, quando a realidade se nos apresenta e nos exige solucionar erros? Vamos a isso? Analisar o que verdadeiramente nos interessa e votar sem olhar a cores e não ter medo de criar maiorias?
Viriato Mondeguino
Sem comentários:
Enviar um comentário