quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 

O TEU CORPO… TU…


Olho-te tentando ir mais dentro de ti.

Nunca consegui ir mais longe do que desejas.

A maravilhosa seda que levemente retirei do teu corpo

não é de forma nenhuma comparável com a tua pele…

Ao olhar-te o corpo com a seda separada de ti, reparo

que a linearidade não existe… nada no teu corpo é uma linha reta…

Começo a lê-lo para lá da tua pele.

Deus meu, consentes agora e…

Não é possível!!! Não deixas mais!

Mesmo desnudando-te assim não me permites ler,

sentir o teu mundo.

Olho-te nos olhos, firme, apaixonadamente

(teus olhos são um colírio)

mas demonstras que necessito ter muita mais paciência…

Mesmo nua a meus olhos

mostras o teu véu de mistério que te envolve.

Como conseguirei ver e sentir o teu fogo interior?

Tenho fé que o verei sentindo-o

quando olhar o teu coração e então aí!...

Mas sinto que mesmo sem seda sobre a tua pele não me pertencerás…

Mesmo nua não chegarei nunca ao teu pudor…

Mas, ouve, quando te desnudo

sinto que tiro as pétalas de uma rosa,

que me aproximo da porta de todos os sentidos

caindo de joelhos frente ao altar sagrado da fonte da vida.

Mesmo aqui e assim, sinto que não me pertences.

Olho-te e vejo esse teu triunfo porque seres mulher.

Para os meus olhos és uma dádiva

mesmo que torturando-me a alma

por não conseguir penetrar no teu mistério, no teu céu.

És a melhor obra de arte jamais conseguida no universo.

És fruta, és mel, és brisa és calor, és a vida!

Em nenhuma tela um pintor poderá mostrar-te por inteiro.

Até porque nunca deixarias.

Sendo esse amargo e doce mistério,

és a minha musa inspiradora nesta vida e por ela toda.

Desejo-te eternamente, mulher!…


Viriato Mondeguino

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