segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 

A MULATA



De repente o quando foi lembrei …

Não sei porquê… algo me falta?...

Bom... ela era alta, mulata.

Foi meu melhor, se bem eu sei.



Disse-me que era donzela.

Incrédulo fiquei a sorrir.

Sabia que nem isso era ela

Já outros a foram sentir.



Fingiu que não me deixava,

Mas se deixava, lá isso era!

Seios hirtos os levava.

Tê-los outras? quem lhes dera!



Iniciei-a pelos peitos,

E como me seduzia.

Sentia-a nos abraços estreitos

Naquela areia macia.



Espalhava-se a prata da lua

e o seu riso soltava.

Pressionei-a com tal gula

que com seu jeito guardava



em vez de dar-me o segredo.

Sentia que seu cheiro a sal

me puxava a mão… o dedo

Para aquele matagal…



Carregou seus peitos loucos

sobre mim em tal fervor

que seus lábios nunca ocultos

estouravam com tanto amor.



Aquele cheiro de mar,

aquele cheiro de dança,

aquele cheiro a mulata

era cheio de luar,

era um pleno que não cansa

e era aquela luz de prata.

A areia se angustiou

ao ouvir tantos gemidos

do amor que ela dava.

E a água se espraiou

perdendo logo os sentidos.

E eu, colado, sonhava…


Viriato Mondeguino

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