quinta-feira, 22 de maio de 2025

 

CASTIGO NO PS?

 

 

Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por exemplo, donde tenho as minhas raízes, conhecendo os seus ser, o sentir, a resignação que sempre esteve no espirito e na pele, destas nossas gentes, interrogarmo-nos de “boca aberta” sobre o porquê desta reviravolta “política”?

Como e quando pensaram os cidadãos governantes nestas terras, em tal cambalhota? E em todo o interior centro/sul, agora, como obter uma resposta sobre o porquê disto? Pois é! Voto massivo no Chega. Não se votou na AD, pode observar-se. Afinal quem foi o “castigado”? Foi o PS.  Porquê?

A resposta é simples de tão complexa que é. Comecemos com esta nossa análise, simples… indo à complexidade… só porque a quantidade de população poucos votos dá no todo do país. Ouvimos da boca de responsáveis: no agregado governamental e no agregado autárquico, em resumo, isto:  Diziamos: “ Então, em Reguengos são 11000 habitantes, em Serpa quase 14000, em Mértola 6300, mais ou menos, em Beja, 33000 habitantes, Ourique, concelho é claro, 4900… Responderam: Ai é? Então soma tudo até agora…  São… 69200… Pois, nem todos votam é claro, achas que interessa meter "lá" qualquer recurso"? Esses votantes mexem com alguma coisa no país? O país são as grandes cidades, pá! Ouvimos isto de alguns políticos, em off, volto a frisar.

 O povo vê-se sem hospitais, círculos de justiça, bancos, escolas e polos universitários.  O país vê as terras tomadas por culturas intensivas de oliveiras, amendoal, abacate, painéis fotovoltaicos (energia sempre mais cara) a tomarem a terra fértil e os "recursos de todos", não investidos pelos governos, e que não entram em benefício do povo. O povo não tem capacidade nem tempo para uma análise social e financeira do que os governos determinam.

E então, porquê a “multa” no PS? Foi quem podia ter mexido nas coisas e não o fez, ao tempo e em tempo. E é de esquerda! O povo não muda assim do pé, para a mão! Pois não, só dando um voto transformado numa lição. É que o Chega prometeu repatriar imigrantes e colocar a etnia cigana (quem não produz, penso eu...) a trabalhar e a não receber subsídios, só os que a restante população recebe. O Alentejo perguntou: "Para que lado me viro?" Bom, e o PSD? Vai ter essa lição mais para a frente. Claro que vai… Esta mudança foi RADICAL. Pois foi, e o ser-se radical leva a desastres… muitas vezes sem emenda possível. Irremediáveis.

Quando se abriram estradas, vias rápidas, no Alentejo, e só agora algumas estruturas a concluírem, um aeroporto fundamental para o desenvolvimento de uma vasta região abandonada pelos que já referimos, não se faz nada por ele, em continuidade do pensamento e acção nessa altura? É um aeroporto crucial para apoio aos já existentes e sobressair em exportações. 

O que se quer como resposta? As estruturas criadas não são corruptas. A mesquinhes e a falta de visão dos nossos políticos é sempre a morte do país. Os "poderes" paralelos, detentores do capital que nada faz pelo país, ditam leis, ditam ordens. Isto não é conversa de "comunista". É fruto de muita leitura, muita investigação e ver os resultados no terreno! 

Quem pensa não querer nada igual ao passado, onde a fome estava presente e o emprego era escasso e mal pago.... é o povo! O povo não quer ver isso outra vez, o  25 de Abril veio para terminar com o estado das coisas, não para se lhe dar continuidade. E o que se vê é o imigrante com mau tecto, ou sem, a penar pelas ruas, sem apoio nenhum, por falta de controlo governamental, a eterna falha para se inspeccionar o investido e acontecido. Estes imigrantes são controlados do lado de fora do país, por máfias. Vejam-se as reportagens do NOW em Lisboa, por exemplo. O país tem que ter regras. Não se pode premiar que não produz nada! O povo tem medo disso e não admite outra vez a mesma coisa, o antes do 25, o que foi consigo.

Castro Verde teve Chega? Aljustrel também não!  Verdade é que, não fossem as minas, e iriamos ver os imigrantes a andar nas ruas a penar. Aqui, o voto seria Chega se assim fosse... não tenham dúvidas, líricos da política. Estes “génios” fazem ideia do que criaram?  A análise ao problema, passará por esta leitura? O PSD estará interessado em analisar “o fogo na casa do vizinho”? Passará ao lado, porque a ausência de votação foi nos “outros”, não em “nós”. Se assim for a atitude, continuamos a perpetuar o fracasso do país. Não é um excedente financeiro que faz um governo ser “excelente”, esse excedente, sem ter  criado riqueza, será à custa de mais privações do povo, isto, repito, pela incapacidade governamental, até agora, em criar riqueza.

Fracassados e incompetentes serão os governantes que pensam ser excelentes só porque, retirando “rendas” ao povo, “cumprem magnificamente trabalhos de rotina”, mostrando “serviço”. Um governante deverá sempre ultrapassar esta “pequenez na dimensão pessoal”, criando diariamente, riqueza e bem-estar e aí sim, poderá ter a plena consciência do dever cumprido.

 

Victor Martins

quinta-feira, 15 de maio de 2025

 

O “conversês”

 

 

               O “conversês”,

                                           fornecido pêlos chefes de partido, agora em arruadas, tem sido, quanto a mim, uma forma de criar clientes ideais para um determinado “produto” que oferecem.

Educar as pessoas para um voto consciente, devia requerer anos de formação cívica, anos a criar hábitos de análise, anos em que a escola ajudasse os cidadãos a crescer. Onde é que isto é processado? Em lado nenhum! Pois é, na escola foi cerceada a possibilidade de a Formação Cívica, (criada em 2001, até 2012) dar frutos. Sempre o nosso espirito economicista, sempre uma pequenez de espírito…

Ao “tempo”, muitos de nós evoluíram para um discernimento social que levou o país a ombrear com outros que detinham, já nessa altura, um padrão social elevado, quanto ao nosso, mas que era o justo para os cidadãos. Era o justo e o necessário para todos estarem em pé de igualdade nas suas sociedades. Conseguimos com suor e lágrimas à mistura. Algum sangue também. A perda de tecto e deslocações em massa de outros continentes para o nosso “cantinho” … assim o fizemos, sempre com a vontade de darmos a todos, neste cantinho, a capacidade de nos tornarmos iguais em saúde, justiça, educação e com riquezas mais bem distribuídas a quem trabalha.

Damos conta de um facto: “A incapacidade de nos organizarmos”. A nossa vida resume-se a jogos entre dois “clubes” e a quem dedicamos a nossa atenção: “Procastinense, português e o Procastinaikos… sabe-se lá donde é que é.

Defacto não seriam necessárias aulas continuadas sobre a nossa “Responsabilidade Cívica”, ou “O que posso fazer pêlo meu país” se estivéssemos atentos, estudássemos a situação do país, estudássemos a vida e o currículo dos candidatos em vez de empurrarmos “com a barriga” a evolução do país.

Domingo, estaremos a voltas com o eterno “fardo” porque, ao que estou a ver, não estamos interessados em dar aos filhos e aos netos um país melhor.

25 de Abril? Perdi, queria ganhar… mas… vou continuar a perder pela incapacidade em ter ao meu lado “cidadãos” responsáveis.

 

 

Victor Martins

  CASTIGO NO PS?     Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por ...