quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

CULTURA

 

 

O conceito cultura, foi dado pela primeira vez em 1817, por Edward Taylor. Taylor referiu o carácter de um aprendizado cultural, contrariando a ideia tácita, ao tempo, de uma transmissão biológica. Afirmou que a cultura era um conjunto com complexidade, interdependente, que recebe e “grava” permanentemente: conhecimentos, artes, crenças, tradições, costumes, hábitos, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo e leis dos seres humanos que estão constituídos em sociedade.

A cultura representa então, o património social de um povo, não sendo mais que um somatório de padrões dos comportamentos humanos.

Teremos então a cultura popular, cultura de massas, culturas: material e imaterial, organizacional, erudita…

Diremos, então, que a cultura não se isenta, nem é irresponsável. Estamos todos implicados nela porque contribui para a formação do indivíduo enquanto ser social. Referiremos, alargando um pouco o leque, que a cultura é um conjunto de costumes, de instituições, de obras ou um determinado grupo artístico (literário, dramatúrgico, musical, artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante e que acaba por ser a herança de uma comunidade ou grupo de comunidades, ou país.

Na Europa, a cultura de Portugal, podemos referir sem embargo nenhum, que é uma das mais tradicionais, marcada por influências, que vão desde os romanos até aos povos árabes. Ao reunir grandes possessões por todo o mundo, Portugal influenciou directamente a cultura de vários países que construiu de raiz, Moçambique, Angola, Brasil, etc., etc.

Nalgumas manifestações culturais nossas, estão, por exemplo, os tipos de habitação regional, as religiosas, a diversidade gastronómica, o folclore, as calçadas, a azulejaria, danças, músicas, arquitectura de casas, palácios, teatros, cinemas, etc., etc.

Então uma das maiores riquezas do país é a diversidade cultural de norte a sul do país. As suas expressões artísticas, tradições e eventos, são únicos, quer seja através da música, do teatro, da arquitectura ou das artes plásticas, o país oferece uma experiência cultural completa, que mistura o passado e o presente de uma maneira única.

Escrevemos esta simples opinião sobre a cultura do nosso país e o que é cultura, do que sabemos, (saber) sem “trabalho de casa”, aqui, o texto seria mais profuso e ainda mais pedagógico. Não o fazemos porque, quem possui cargos, ou é militante em partidos, tem a obrigação de ser culto, investigar, por fim, se for instado/a a proferir opiniões, as diga com precisão e justeza.

O texto que deu origem a esta nossa opinião, lemo-la no The Blind Spot, foi o que se transcreve a seguir:

“Num podcast, quando comentava as declarações de Pedro Nuno Santos sobre a necessidade de os imigrantes respeitarem a cultura do nosso país, Maria Escaja discordou, considerando que a cultura portuguesa “é uma grande merda”. A deputada municipal bloquista justificou a afirmação com os casos de violência doméstica em Portugal e um suposto hábito cultural de “beber café com cheirinho a seguir ao almoço”. Por fim, questionou o que é a cultura portuguesa – uma posição semelhante à da eurodeputada ex-ministra do PS, Ana Catarina Mendes, que também criticou a ideia de uma aculturação dos imigrantes. O The Blind Spot questionou Maria Escaja sobre o carácter potencialmente ofensivo das suas palavras para os portugueses, e sobre quais as culturas que considera ‘superiores’, mas não obteve resposta até ao momento.”

Pois caro amigo e leitor, será que temos que “levar” sempre, com estes básicos? Será que temos nos partidos (neste caso, Bloco de Esquerda) militantes com tanta falta de preparação académica e “cultural” (história, geografia, filosofia, sociologia…) que não fazem ideia em que país estão e culturalmente são uns…? Será que temos que dizer às cúpulas destes partidos que não têm que fazer “monte”, sim qualidade? E nós? Continuamos a votar neste tipo de pessoas?

Simplesmente… isto.

 

Victor Martins

 


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

 

Leia, ouça, veja, sobretudo reflita…


    A transmissão dos saberes por via da oralidade foi ultrapassada, por bem. Através da palavra escrita, da imagem, nos tempos que correm, o saber, rapidamente avançou e “cimentou-se”. Ninguém está do lado de fora do avanço da ciência, da tecnologias das técnicas, dos demandos sociais e governamentais, só querendo estar.

    Mas não é verdade! Uma substancial parte da nossa sociedade continua a não acompanhar a evolução dos tempos que decorrem e “que nos correm”. Não porque queiram, sim, porque socialmente foram criadas escalas para acompanhar o progresso científico, tecnológico, e fundamentalmente o nosso social.

    Quem tem acesso livre ao livro, entenda-se o tema que lhe interessa, o seu preço? Quem tem capacidade para ter um sistema que lhe permita ver ciência, técnica, literatura, musica, em casa e ter tempo e disposição? E dinheiro para alguns equipamentos necessários para ver e estar dentro do assunto em causa, o de cada um? E onde está o tempo para recrear, estudar, refletir sobre os conteúdos desses meios? E capacidade financeira para poder adquirir o essencial que colmata o défice de cada um? É engraçado bradarmos ou discutirmos de forma positiva, se o essencial para nos mantermos vivos fisicamente, consome os parcos recursos financeiros que nos dão como direito pelo trabalho por nós executado?

    Mas devemos socialmente ajudar a levantar da sua incapacidade crónica, alguns milhões de seres humanos, nesta nossa sociedade, para que possam entrar no mundo científico, tecnológico e social, que galopa bem ao nosso lado mas está noutra “faixa” de circulação. Faltam métodos e meios de incitamento para que a nossa “gente entre no que é necessário”. Como? Criando níveis remuneratórios compatíveis com o trabalho executado, para que se disponha de um “sobrante” para a primeira “viagem”, conduzida através do que dispõem os mais privilegiados, o acesso à evolução profissional, social e pessoal.

    Os dirigentes (poucos) que se propõem a servir o povo, devem levar os menos privilegiados a depender deles próprios e não do “eterno patrão” que tudo cilindra e humilha. Devem esses dirigentes comunicar muito, “falar”. Esse é o único meio de dialogo. Nunca através de decretos, ordens, regulamentações, nem de promessas, externas ao interesse de todos nós, pois são sempre enganadoras salvações! Vejam-se, ou relembrem-se os discursos antes de qualquer eleição.

    Algumas vezes, também, não apreendemos a palavra-chave dos discursos, porquê? Porque gostamos de entrar na “liça” e bem longe dos futuros governantes, queremos fazer-nos, também, “ouvir”. A quem? Ao nosso vizinho que também está no mesmo “barco e viagem” que nós, mas não entende? E que, afinal, só grita que é amigo do futuro dono do barco.

    Passamos, muitas vezes, aos “tiros” sobre conteúdos que nos querem transmitir e assim acabamos por passar ao lado da mensagem, isto porque o “futuro dono do barco” que entendemos ser, vai ser outro. Somos assim, nunca ouvimos ninguém. Mas devíamos ouvir mais. São-nos enviadas imagens para nos informar, moldar, etc. Lembremos que os nossos antepassados desenharam na pedra alguns caracteres e imagens que ainda não conseguimos decifrar totalmente a mensagem… e nalguns casos, bem simples. Sabemos agora, a imagem que nos dizem ser a correta, tende a criar lucros sobre a nossa ansiedade.

    Vejamos mais e reflitamos sobre essas visualizações, sem explodir em raciocínios de nada para o nada.

    No que lemos e vemos de credível, temos, digamos, matéria-prima para formar o pensamento, para conseguirmos uma critica de verdade, pesando sempre a concordância dos factos. Pensemos nas dúvidas construtivas que se nos deparam com a leitura e observação, para que compreendamos tudo que nos é racionalmente compreensível. Pensemos sempre, sobretudo, olhando para nós, para os nossos erros e não assumir “um dono de um barco” que diz, a plenos pulmões, que os outros são corruptos e eles é que vão colocar Portugal na ordem. Agora dá para sorrir? Pois é. Pensemos, reflitamos e por fim, agir em prol de todos.


Victor Martins


  CASTIGO NO PS?     Se se fizer uma análise alargada sobre o que se entende ser o nosso povo do Alentejo, assim como das Beiras, por ...