Leia, ouça, veja, sobretudo reflita…
A transmissão dos saberes por via da oralidade foi ultrapassada, por bem. Através da palavra escrita, da imagem, nos tempos que correm, o saber, rapidamente avançou e “cimentou-se”. Ninguém está do lado de fora do avanço da ciência, da tecnologias das técnicas, dos demandos sociais e governamentais, só querendo estar.
Mas não é verdade! Uma substancial parte da nossa sociedade continua a não acompanhar a evolução dos tempos que decorrem e “que nos correm”. Não porque queiram, sim, porque socialmente foram criadas escalas para acompanhar o progresso científico, tecnológico, e fundamentalmente o nosso social.
Quem tem acesso livre ao livro, entenda-se o tema que lhe interessa, o seu preço? Quem tem capacidade para ter um sistema que lhe permita ver ciência, técnica, literatura, musica, em casa e ter tempo e disposição? E dinheiro para alguns equipamentos necessários para ver e estar dentro do assunto em causa, o de cada um? E onde está o tempo para recrear, estudar, refletir sobre os conteúdos desses meios? E capacidade financeira para poder adquirir o essencial que colmata o défice de cada um? É engraçado bradarmos ou discutirmos de forma positiva, se o essencial para nos mantermos vivos fisicamente, consome os parcos recursos financeiros que nos dão como direito pelo trabalho por nós executado?
Mas devemos socialmente ajudar a levantar da sua incapacidade crónica, alguns milhões de seres humanos, nesta nossa sociedade, para que possam entrar no mundo científico, tecnológico e social, que galopa bem ao nosso lado mas está noutra “faixa” de circulação. Faltam métodos e meios de incitamento para que a nossa “gente entre no que é necessário”. Como? Criando níveis remuneratórios compatíveis com o trabalho executado, para que se disponha de um “sobrante” para a primeira “viagem”, conduzida através do que dispõem os mais privilegiados, o acesso à evolução profissional, social e pessoal.
Os dirigentes (poucos) que se propõem a servir o povo, devem levar os menos privilegiados a depender deles próprios e não do “eterno patrão” que tudo cilindra e humilha. Devem esses dirigentes comunicar muito, “falar”. Esse é o único meio de dialogo. Nunca através de decretos, ordens, regulamentações, nem de promessas, externas ao interesse de todos nós, pois são sempre enganadoras salvações! Vejam-se, ou relembrem-se os discursos antes de qualquer eleição.
Algumas vezes, também, não apreendemos a palavra-chave dos discursos, porquê? Porque gostamos de entrar na “liça” e bem longe dos futuros governantes, queremos fazer-nos, também, “ouvir”. A quem? Ao nosso vizinho que também está no mesmo “barco e viagem” que nós, mas não entende? E que, afinal, só grita que é amigo do futuro dono do barco.
Passamos, muitas vezes, aos “tiros” sobre conteúdos que nos querem transmitir e assim acabamos por passar ao lado da mensagem, isto porque o “futuro dono do barco” que entendemos ser, vai ser outro. Somos assim, nunca ouvimos ninguém. Mas devíamos ouvir mais. São-nos enviadas imagens para nos informar, moldar, etc. Lembremos que os nossos antepassados desenharam na pedra alguns caracteres e imagens que ainda não conseguimos decifrar totalmente a mensagem… e nalguns casos, bem simples. Sabemos agora, a imagem que nos dizem ser a correta, tende a criar lucros sobre a nossa ansiedade.
Vejamos mais e reflitamos sobre essas visualizações, sem explodir em raciocínios de nada para o nada.
No que lemos e vemos de credível, temos, digamos, matéria-prima para formar o pensamento, para conseguirmos uma critica de verdade, pesando sempre a concordância dos factos. Pensemos nas dúvidas construtivas que se nos deparam com a leitura e observação, para que compreendamos tudo que nos é racionalmente compreensível. Pensemos sempre, sobretudo, olhando para nós, para os nossos erros e não assumir “um dono de um barco” que diz, a plenos pulmões, que os outros são corruptos e eles é que vão colocar Portugal na ordem. Agora dá para sorrir? Pois é. Pensemos, reflitamos e por fim, agir em prol de todos.
Victor Martins
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