Eleições Europeias
Assistimos, faz pouco tempo, a várias sessões de “verdades indiscutíveis”. E foi uma, duas, três, tantas... os que juraram a pés juntos que “aquela” era a única verdade. Nenhum destes pregadores referiu que a vida, segundo a “verdade”, era difícil, que tinha que ser levada com muito rigor, muita persistência, mas que só assim os seguidores da verdade se conheceriam e teriam o melhor deles próprios em seu proveito. Não. Ninguém fez menção disso. Os pregadores desta vida são intoleráveis.
Tantas as verdades neste nosso ajuntamento. Mas agora são 27 ajuntamentos a que se adicionaram 27 vezes, várias verdades incontestáveis em cada uma. Todas as verdades quiseram, nesses 27 ajuntamentos, vingar o seu propósito. Pasme-se de tanta verdade na nossa velha Europa.
Cada verdade definiu o seu canto. Afinal a verdade não é única… quem diria. Dividiu-se em 7 verdades. A dos Democratas Cristãos, a verdade dos Socialistas e Democratas… a verdade Verde, a verdade que é para Reformar e Conservar, a verdade que parece ser Identitária e também Democrata, uma verdade que é de Esquerda e a verdade Renovadora do Euro Grupo.
Todos possuem uma verdade indiscutível. Ninguém me parece que a tenha. Estamos a conseguir vislumbrar que estes grupos pretendam não dar descanso a um caminhar em conjunto, até conseguirem uma verdade única para os sete detentores da verdade parcial?
Estes profetas são tão eloquentes que seria bom serem vitimas de si próprios, mas não. Conseguem manobrar o povo que cultivam aumentando os seus défices culturais, como querem e os que não estão a esse nível, “não têm tempo para ouvir retóricas” e são, assim, iguais no défice. O que seria um bem para as “sete verdades” transformadas numa, não passa de sete espetáculos de média, para sintonizar num LCD com algumas polegadas. É isso que vamos continuar a ver. Reclamações sobre verbas para os seus países provindas dos países que mais produzem. Ser solidário? O que é isso? Contribuir para o bem do grupo europeu? Não! Alguém vai trabalhar para nós. Prestar contas do dinheiro que lhes foi disponibilizado? Não! Isso é ingerência. “Chular” é um verbo transitivo que esses países desconhecem…
Tolerância deveríamos ter para com eles? A palavra tolerância denota um desdém de quem se sente superior. Não tem que existir tolerância. Ou é ou não é! Ou se é, ou não se é!
A Verdade é que ela não existe como um dado absoluto. Desmentida é constantemente com o andar da sociedade no tempo. Agora com a verdade que nos interessa na Europa, nós podemos orientá-la sempre para melhorar a vida de cada europeu, mas também, atentos a isso, com outras verdades, podemo-nos condenar e isso será o fim de todos, os que acreditaram e os que acreditam no projeto europeu original.
Vamos tentar estar mais atentos a estas políticas… deixar de ir a uma praia, relaxar num fim de semana… estudar o perfil de quem se candidata a político na nossa terra, pelo menos aqui porque senão… isto dói, oh, se dói!
Victor Martins
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