JUSTIÇA E LIBERDADE
Tenho que confessar que os debates sobre os segredos de justiça, sobre a privacidade de presumíveis factos que vêm parar à opinião publica... é prova, provada, quanto a mim, da existência ainda que só resquícios, dos métodos de investigação e procedimentos provenientes das SS e da PIDE/DGS, para não referir K qualquer coisa e CI qualquer coisa. Calcule-se, que sendo esta uma simples opinião minha, sobre o que penso, para “nós povo”, ao se usarem estas “metodologias de transvase”, qual é o juiz que é capaz de julgar estes casos? Já expressei a minha opinião faz muito tempo…
Como é que, provindo, presume-se, da nossa justiça, esta perverte o seu papel? Como é que dos locais onde a mesma se pratica, o “segredo de justiça” vaza para locais que não fazíamos a mínima ideia ser possível?
Como é que se pode escutar alguém, mesmo que sendo governante, em circunstâncias que não sabemos que mandou fazer as escutas? Como pode alguém ser escutado, semanas, meses, anos, só porque se entende que, sendo governante vai beneficiar alguém que lhes vai ar retorno financeiro ou outro sem que isso seja verdade? Como é que um país desconfia de tudo e de todos? Como é que estas “forças” que fazem isto, são eleitas pelo povo? Quem lhes deu autorização para serem os guardiões do povo? São sucessores do Ruhollah Khomeini?
Bom, mas hoje a minha ideia é poder falar de nós, seres que neste local evoluíram e dão lugar a outros, sucessivamente, até que este espaço esférico nos comporte sem nos matar com uma catástrofe bem preparada por nós, lentamente, mas já em curso, irreversível, isto, tendo em conta que o “segredo de justiça” faz parte da evolução humana, como tal “anda agarrado ao nosso código genético”.
A partir da altura em que fomos aparecidos, criámos uma base, digamos que filosófica, para nos orientarmos, descansando o espírito sobre a teoria da geração espontânea que nos tinha assolado, mas que foi contrariada de imediato por quem entendeu não ser isso possível. Darwin provou muito claramente a nossa origem.
Mas, entre o aparecer e o fenecer, várias teorias se construíram. A saber as básicas: A liberdade, o mundo, a fome, o povo, a realização, a religião, o futuro, a solidão... a morte...
O que representa cada um destes itens, caro leitor, que amavelmente ainda me lê? O que nos deve nortear para sermos verdadeiramente livres neste lugar?
Criámos muitas ideias sobre tudo o que referi e sobretudo várias correntes sobre cada um dos itens. Em exercício simples, qual o conceito de cada uma destas básicas situações, para que cada um de nós siga realizado? Diremos que, vista pela minha vivência e que leve a uma realização, direi que a liberdade é um estado real a ter como básico, para se poder existir em qualquer ponto do planeta. Assim, o que é ser livre, ter liberdade? Ter liberdade pode não significar que sejamos livres, mas para se ser livre temos que ter, adjacente, a liberdade. Para se ser livre verdadeiramente, temos que possuir dois elementos constituintes do nosso ser, satisfeitos, a alimentação do corpo e a acessibilidade, sem restrições, à alimentação da alma, esta procurada por nós, nunca dirigida por outros, pois essa formatação quebrará o segundo ponto do sermos livres.
Com estes dois pontos satisfeitos e levados à plenitude estamos em plena criação. Seremos definitivamente seres com liberdade, quando criarmos imagens à semelhança do útil a todos. Neste ato criativo e impulsionador de melhor liberdade, é que Deus se nos assemelha. É no ato criativo que Deus começa a ficar igual a nós... e vice-versa.
Com esta liberdade, o nosso mundo passa a ser o mundo de todos e todos estarão no mundo porque este lhes pertence e assim o povo será próximo do divino, ou um seu igual. A realização de cada um de nós terá que ser nesta linha de atuação. Nada nem ninguém pode coartar a linha da liberdade do homem quando ele está criado para isso, para nesse estádio evoluir na sua criação.
A limitação à criação pode ser ditada pela religião que molda, que arrasta, que faz depender o feito do homem ao ponto de ele não conseguir criar e se o fizer, algum dia, a assinatura do que faz é sempre em nome de outro.
O futuro é um estado do presente projetado para lá do que nos pode surpreender. O futuro tem que ser um presente planeado ao mínimo pormenor para que no decurso dos vários “nascer” da aurora, estes se transformem no radiante “nascer” do sol da vida do ato de criar.
Seremos solidão e morte se deixarmos de criar e nos deixarmos moldar por regras escritas milenarmente ou por regras impostas por outros que não nos querem livres, embora nos deem a “liberdade”, a deles!
Se pensarmos assim ficaremos para lá do que é eterno, acabando mesmo para nós o que nos é terreno.
A criação perpetua-se! Nunca podemos sobreviver em locais onde estes seres “vazam” os nossos segredos para destruir o que pode e deve ser criação de um futuro melhor para todos.
Continuamos a consentir que estes padrões se perpetuem para abafar a liberdade.
Victor Martins