É DESTA VEZ?
É natural, para quem escreve umas quantas linhas em prosa, fazer intervalos nessa escrita. Vários são os motivos. O que preside a este, está sustentado na análise da campanha eleitoral que reina na política do momento, sobre os políticos e, pois, e, sobre os eleitores que nada querem fazer a não ser votar no “seu clube”, ou fazerem como o Trump: “Dar cabo de tudo que foi construído ao longo de 50 anos”, no nosso caso...
Conheço muito pouco dos meandros da política e das suas variáveis complexas, nunca circulei pelos “mentideros” nem na “lota dos party friends”, mas sei que, o nosso “decidir votando”, não tem, ao que parece, um valor assim tão grande, mas a confiança que temos na nossa força de decidir, dependendo do resultado mau ou bom, mesmo assim, é o que nos permite viver com a consciência de que estamos a contribuir para manter viva a democracia que tanto nos custou a conquistar. Aos da minha geração… ao que parece. Nota-se, por prática de observação e vivência dos resultados políticos na nossa sociedade, que tanto faz uma ponderação apurada para decidir sobre uma determinada candidatura, ou atirar uma moeda ao ar. Não se admire leitor amigo, o resultado social, durante o período de vigência dos resultados, parece ser o mesmo.
Damos conta que o povo pretende sempre novidades, mas sem responsabilidades inerentes ao assumir essa mesma novidade. É que gostamos de lançar as perdizes para ver os outros andarem aos tiros, com essa nossa atitude. Se nos for perguntado onde fundamentamos as nossas escolhas: “Não sabemos, não respondemos, ou o normal, viramos as costas...”
A democracia, o nosso sistema democrático, entrou no que Maquiavel escreveu sobre o “que era” a política, já nessa altura. Descreveu a política como era e não como deveria ser. Por esse prisma, a democracia deveria ser... mas não o é!
Com a nossa forma de ver e praticar a democracia, confiamos cegamente nos aspirantes a democratas, que respiram e transpiram razões para venderem o seu “produto”, votando numa ideia que saiu de um “copy & paste” ideológico que, perante o que nos proporcionou o dia de trabalho, subscrevemo-la, “eles pensaram por nós”, sem sequer vislumbrarmos que esses condutores, aspirantes a democratas, nos levam a criar um “opressor” ideológico. Somos pela novidade? Os que já são “entardecidos” na política não possuem saber acumulado? Os novos são intelectualmente de “geração espontânea”? A nossa má escolha continua sustentada na teoria real de mantermos uma “asneira” generalizada para que não nos critiquem negativamente.
Democracia é um sistema que se fundamenta na relação do homem com o bem estar social, nunca da relação do homem com o homem. A regeneração deste sistema político deve ser feita com base em fundamentos da essência da coisa social; procurar que o poder seja sempre uma origem, nunca que seja a “origem” dos caprichos e interesses individuais de um grupo, um partido ou um homem.
Na democracia o político nunca deve ser a fonte, simplesmente o canal necessário ao transporte das coisas do interesse publico, mas, dado o lugar em que o colocamos, nenhuma autoridade sem ele, mas também nenhuma autoridade dele.
O relacionamento entre pares, tem que ser feito com entendimentos. Se não for assim, os consensos perdem-se. Nessa altura os partidos passam a designarem-se por “bandos”. Nunca se poderá instalar o poder das maiorias no sistema de governação. Leva a criar resultados que não interessam socialmente a todos. No sistema onde o poder é repartido, numa democracia, que não a dos interesses, os consensos são importantes para bem da própria democracia e se é assim, do bem estar social. Seja, aqui as resoluções são coincidentes com a razão e com os fins últimos do nosso bem estar social.
Como começar mais um novo ciclo com alguns a prometerem “perturbar”, com razões ínvias, a estabilidade desta nossa “quinta” que até possui um “regulador fora de portas” que pretende objectivos cumpridos para que o bem estar da sociedade continue? Vamos ser responsáveis e chamar à “pedra” quem nos representa para que o país possa ser governado, ou... vamos dar largas à nossa frustração, por sermos poucos, ir em busca de “pólvora” para lançarmos o caos sobre os que pretendem, trabalham e pagam para que exista paz, progresso e democracia plena?
Analisemos os que não querem o país estável. Saiamos dos “clubes” se isso for necessário e pondere-se, caso a caso, sem facciosismos “clubistas”. Se calhar chegamos à conclusão que somos afinal, um povo “criador de empregos”… bem remunerados, para quadrantes políticos de topo...
Se conhecermos alguém que recebe subsídios de inserção social, recebe bolsas, exige propinas mais baixas ou até nulas, que “perdoa” dividas a clubes, que vai para manifes e não trabalha e… e…, então faça algo, ajude a democracia. Exija o cumprimento dos deveres desses cidadãos que vivem pendurados na nossa economia e nos abafam.
Victor Martins